Vinícius Alvarez (d) é o "faz tudo"; Vanderlei Mazzuchini tem no 1º dia de cameraman
27/10/2011 - 12h01
Equipe reduzida faz cartola que não filma nem aniversário de filha virar cameraman no Pan
Roberta Nomura Em Guadalajara (México)
As comissões técnicas costumam ser reduzidas em grandes torneios como o Pan-Americano. Sem o staff completo, as equipes precisam improvisar e criam seus “faz tudo”. Na seleção brasileira masculina de basquete, o chefe de missão Vinícius Alvarez é o cara. Ele cuida desde a roupa até os detalhes burocráticos que envolvem uma partida. Na estreia dos comandados de Ruben Magnano, o “quebra-galho” ganhou um ajudante. Vanderlei Mazzuchini também entra na dança e improvisa em uma área que não costuma atuar. O diretor da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), que não filma nem aniversário da filha, virou camaraman em Guadalajara.
Momentos antes da estreia do Brasil no Pan, Mazzuchini estava montando o equipamento para filmar a partida contra o Uruguai. O diretor das seleções masculinas da CBB revelou que não tem muita afinidade com algumas tecnologias. “Não filmo nem aniversário da minha filha”. O cartola sofreu em sua primeira experiência como cameraman da equipe verde-amarela e precisou da ajuda de um jornalista brasileiro. “A bateria não estava conectada direito e me atrapalhei. É horrível, porque você não vê o jogo direito. É nessa hora que você dá mais importância para quem faz isso”, disse.
BRASIL NÃO EMBALA COM NOVATOS, MAS VENCE URUGUAI EM ESTREIA
Sem contar com boa parte dos jogadores que formaram a base do Pré-Olímpico, mantendo apenas Guilherme Giovannoni dos titulares na conquista da vaga, a seleção brasileira masculina de basquete estreou nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara sem apresentar um jogo de alto nível, mas venceu o Uruguai por 80 a 71. Leia mais
Mazzuchini falou que entraria em ação de novo, se necessário, no segundo jogo do Brasil no Pan. Após a estreia vitoriosa, a equipe verde-amarela volta à quadra às 23h (horário de Brasília) desta quinta-feira contra os Estados Unidos. O cartola bem que tenta dar uma força, mas o verdadeiro “faz tudo” é Vinícius Alvarez. O chefe de missão do basquete improvisa até como roupeiro.
“Eu já estou acostumado a fazer a parte operacional que é ver de onde sai o voo, onde vai treinar... Mas aqui tenho que ser roupeiro. Ver certinho o que vai para lavanderia, separar roupa de treino e jogo. E tenho também que me antecipar a tudo para ter certeza que o transporte não vai atrasar, confirmar o horário de treino...”, enumerou Alvarez, que tem usado uma listinha de tarefas para auxiliar na organização.
Com as funções acumuladas, o chefe de missão está na correria em Guadalajara. No dia da estreia, por exemplo, ele acordou às 6h30 – o jogo teve início às 13h. “Acordei e já fui atrás da roupa e de todo o material. Depois fui ver se a sala que o [técnico Ruben] Magnano ia fazer a palestra técnica estava reservada. Também estava de olho no pessoal do transporte para não ter perigo de atrasar. No ginásio, fico com contato com o diretor de competição e atendo a pedidos individuais da comissão técnica", afirmou Alvarez.
“O meu objetivo é deixar tudo pronto para eles entrarem na quadra. Eles não têm que saber que isso acontece. Só precisam entrar e jogar, sem pensar no entorno”, explicou o chefe de missão do basquete masculino, que também assume o papel de assessor de imprensa. “Não trouxemos a nossa própria assessoria. Então até para as demandas da mídia sou eu que de cuido”, falou Alvarez. Segundo ele, a seleção brasileira costuma ter 11 pessoas no staff. Em Guadalajara, são cinco.
“É normal essa redução das comissões técnicas em competições como o Pan. A parte médica, por exemplo, é toda do COB [Comitê Olímpico Brasileiro]. E eles se preocupam com o fato da pessoa ter o contato com o esporte. A gente tem tudo à disposição e funcionando muito bem”, explicou Mazzuchini.