Japa (esquerda) lamenta a derrota do Brasil para a Argentina na final do handebool
Gustavo Nakamura, o Japa, estreou na seleção de handebol do Brasil em 2001. Só na última segunda-feira, no entanto, ele teve sua primeira chance de ganhar um ouro em um Pan. Com histórico de lesões em momentos-chave da carreira, o jogador lamenta que sua estreia tenha sido justamente quando o país perdeu a hegemonia continental para a Argentina, medalha de ouro em Guadalajara.
“Agora eu não me machuquei. Fizemos um bom trabalho até a semifinal. Hoje [segunda] a gente fez de tudo, mas tivemos muitas exclusões e complicamos o jogo”, disse Japa, após a derrota por 26 a 23 para os rivais que, de quebra, garantiram passagem para os Jogos de Londres, em 2012.
A derrota na hora decisiva pode complicar ainda mais os planos de Japa. O jogador ficou fora do Pan de Santo Domingo, em 2003, e das Olimpíadas de Atenas, em 2004, por problemas médicos. No último ciclo olímpico, então, seu azar foi quase cinematográfico.
“Tive uma torção um mês e meio antes de ir para o Pan do Rio de Janeiro e tive de ser cortado. Aí segui com a seleção na preparação para Pequim. Fizemos uns jogos-treino no Egito e na Macedônia, e na volta eu tinha jogo do clube dois dias depois. Aí tive um problema no pulso esquerdo que tinha de ser resolvido com cirurgia. Eram 4 meses para voltar a jogar e estávamos a dois das Olimpíadas”, disse Japa, parecendo conformado com a falta de sorte.
Desta vez, ele torceu, tomou cuidado e conseguiu ir ao Pan. Só que em quadra as coisas não deram tão certo. Com a derrota para a Argentina, o time brasileiro terá de ir ao Pré-Olímpico europeu para tentar uma vaga na repescagem do continente mais forte do esporte.
“Eu vou buscar isso ainda. É muito difícil. O caminho pelo Pan era mais fácil, mas esse é um sonho que eu tenho e eu vou lutar até quando eu puder”, disse Japa.
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