A “Pequena Veneza”, nome dado pelas palafitas indígenas no lago de Maracaibo, foi colonizada pelos espanhóis, mas conquistou sua indepedência por meio de Simon Bolívar, que libertou a Colômbia e o Equador também. No século 20, o país, que é ao mesmo tempo caribenho e amazônico, ficou famoso por ser um dos maiores produtores e exportadores de petróleo do mundo.
Atualmente a décima produtora mundial de petróleo, a Venezuela ganhou destaque no cenário geopolítico nos últimos anos por conta da sua clara contraposição à política norte-americana na América do Sul. Desde a ascensão do presidente Hugo Chávez, em 1999, os venezuelanos viraram alvos de críticas da Casa Branca.
O discurso de reformas de base e investimentos sociais do governo chavista tem como um dos pilares o esporte. Para o ano de 2007, no início do segundo mandato de Chávez – reeleito no final de 2006 -, foram planejados R$ 1,1 bilhão de verba destinada ao esporte. Isso sem contar a quantia prevista para obras e infra-estrutura para a Copa América de futebol, que terá sede na Venezuela neste ano. O país também recebe em 2007 os
"Juegos del Alba", competição que chama a atenção por sua grandeza pelo marketing político.
Os altos investimentos, que retornam como propaganda para o governo, deram resultado na prática. No último Pan-Americano, em Santo Domingo-2003, os venezuelanos subiram ao pódio 64 vezes (sendo 16 medalhas de ouro), ficando na sexta posição no quadro geral, na frente da Argentina. Foi um desempenho melhor até que o do Pan de 1983, em Caracas, quando os donos da casa não passaram de 12 ouros.
Nas Olimpíadas, a crescente é mais devagar. Porém, as duas medalhas de bronze em Atenas, 2004, foram bastante comemoradas (uma no taekwondo e outra no levantamento). A única medalha de ouro da Venezuela em Jogos Olímpicos foi em 1968, com Francisco "Morochito" Rodríguez, que derrotou um sul-coreano para ficar no lugar mais alto do pódio na categoria mosca ligeiro (até 48kg) do boxe.
Nem sempre foi assim. Tradicionalmente, em competições internacionais, os venezuelanos só assustavam no beisebol, boxe, luta, levantamento e nas disputas de Miss Universo. Até 2006, as venezuelanas já conseguiram quatro títulos de mulheres mais bonitas de mundo.
O beisebol, apesar de poucos títulos internacionais, é o esporte mais praticado e querido do país de Chávez (na foto acima, arremessando uma bola). Apesar de ter sido criado pelos norte-americanos no final do século 19, o beisebol bate o futebol e o basquete em números de praticantes.
Outros esportes também chamam a atenção do público venezuelano. O sombo, uma arte marcial originária da Rússia, chegou a ser esporte pan-americano quando a Venezuela foi sede, em 1983. Bolas criollas, uma mistura de bocha, também é muito praticado no país.
Para o Pan-2007, sem os craques de sombo e bolas criollas, os venezuelanos anunciam uma delegação de 500 atletas, sendo que 380 já estão com a vaga garantida para as disputas do Rio de Janeiro.