País busca atalho para garimpar ouro escasso
Apesar de ter participado e subido ao pódio em todas as edições do Pan-Americano, o Panamá está muito longe de ser uma potência. Principalmente pelo fato do seu desempenho em ouro ser pífio, com apenas duas das medalhas douradas (5% do total).
Para melhorar esse histórico negativo, a delegação de Panamá conta com um trunfo: o saltador Irving “Canguru” Saladino, de 24 anos, detentor da melhor marca do ano no salto em distância (8,56 m) obtida em janeiro no Rio.
Outros atletas panamenhos também possuem boas chances de lutar pelo ouro pan-americano: a esgrimista Jéssica Jiménez, medalha de bronze em Santo Domingo (também cotada para ser porta-bandeira do país nos Jogos) e o velocista Bayano Kamani, especialista nos 400 m com barreiras.
Na história do Pan, Panamá ocupa o 22º lugar no quadro geral de medalhas, com duas de ouro, 17 de prata e 24 de bronze. Nas Olimpíadas, o desempenho é bem mais modesto: dois bronzes em 14 participações.
Um desses ouros do Pan foi conquistado por Ildefonso Lee, umas das lendas do esporte nacional. Após ter levado dois bronzes no levantamento de peso em São Paulo-1963 e Winnipeg-1967, Lee consagrou-se em Cáli-1971, quando faturou três medalhas: um ouro, uma prata e um bronze. Atualmente, Lee é dirigente da modalidade.
Terminado o domínio espanhol em 1821, o Panamá formava com Colômbia, Venezuela e Equador a “República da Grande Colômbia”, união que durou nove anos. Após esta nova fissura, o território panamenho foi integrado a Colômbia.
Com o empurrão dos Estados Unidos, o Panamá se separou da Colômbia em 1903. Os norte-americanos construíram na região o Canal do Panamá, uma espécie de "atalho" que une os oceanos Pacífico e Atlântico. A construção durou dez anos (1904 a 1914). Em 1977, foi acordado que no final do século 20 o controle do canal passaria para os panamenhos.
E foi o que acabou acontecendo em 1999. Em outubro do ano passado, o Panamá aprovou um plano ambicioso para dobrar a capacidade do seu canal. As obras serão iniciadas neste ano, com previsão de conclusão em 2015.
A construção do canal também rendeu ao Panamá outro símbolo, o chapéu que leva o mesmo nome do país. Produzido principalmente no Equador, o chapéu Panamá recebeu esse nome porque muitos trabalhadores que construíram o canal o usavam para se proteger do sol equatorial.