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05/07/2007 - 14h13

Para solucionar crise, Panamá deve ter renúncia de dirigentes

Das agências internacionais
Na Cidade do Panamá (Panamá)

O Instituto Nacional de Deportes (INDE) do Panamá pediu nesta quarta-feira aos dirigentes do Comitê Olímpico de Panamá (COP), que disputam o controle do organismo, que renunciem a seus cargos para solucionar a crise que obrigou o Comitê Olímpico Internacional (COI) a sancionar a Panamá. A sanção obriga a delegação panamenha que participará nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, a desfilar com a bandeira da Organização Desportiva Pan-Americana (ODEPA).

Apesar de ter participado e subido ao pódio em todas as edições do Pan-Americano, o Panamá está muito longe de ser uma potência. Principalmente pelo fato do seu desempenho em ouro ser pífio, com apenas duas das medalhas douradas (5% do total).

Para melhorar esse histórico negativo, a delegação de Panamá conta com um trunfo: o saltador Irving "Canguru" Saladino, de 24 anos, detentor da melhor marca do ano no salto em distância (8,56 m) obtida em janeiro no Rio.
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"O objetivo desta petição é criar um ambiente necessário que garantisse a transparência para eleger uma junta diretora do COP a reorganizar o caminho, para o bem da patria, acima de qualquer interesse pessoal, solucionando os problemas que levaram à crise", disse o representante do INDE em pronunciamento.

A suspensão decretada pela Executiva obedece a 'grave situação' que o próprio Vasquez Raña, membro da diretoria do COI, expôs aos seus colegas no último domingo. Roger Moscote é o presidente do COP (Comitê Olímpico do Panamá) respaldado pela Odepa e, portanto, pelo COI. O governo panamenho, por sua vez, apoiava Vanegas. O litígio começou quando um tribunal declarou ilegal a eleição realizada na junta diretiva do COP em agosto passado e convocou novas eleições.

Várias federações que integram o COP aceitaram eleger uma diretoria com Vanegas como presidente. Uma semana depois Melíton Sanchez, que estava terminando o seu mandato como presidente do COP, convocou outras federações para conseguir se reeleger o comandante do COP para mais um mandato (2006-2010). Coma mediação do presidente da Odepa, Sánchez repetiu as eleições em janeiro passado, e nesta ocasião o eleito foi Moscote.

O imbróglio se agravou após a esgrimista Jessica Jimînez, uma das 70 atletas convocadas, anunciar que não participará dos Jogos do Rio em protesto contra a sanção. Irving Saladino, ídolo do salto em distância do país e chamado para ser porta-bandeira do Panamá, afirmou que não levará a bandeira da Odepa durante a abertura do Pan.

A crise no COP se estalou há oito anos, quando doze federações das demandaram a eleição de Melitón Sánchez, agora tesoreiro do ODEPA e membro do COI. Sánchez que se reelegeu no cargo há oito meses, renunciou quando o Tribunal de Justiça local determinou que Sanchéz violou os estatutos do COP do ano de 1970 para manter-se no cargo.

Sánchez alegou que os estatutos haviam sido reformados, mas de acordo com a lei panamenha devia ser inscritos no Ministério de Governo para que tivessem legalidade. Apesar da intervenção da ODEPA e do presidente Mario Vásquez Raña, os seguidores de Sánchez, junto a seis federações elegeram o presidente da Federação de Natação, Roger Moscote, que renunciou o cargo a semana passada, após anunciadas sanções da ODEPA e do COP.