Joanna Maranhão se protege do forte sol de Belo Horizonte durante treino no Finkel

Joanna Maranhão emagrece 7kg, mostra pernas e melhora resultados na piscina

Quatro meses separaram os Troféus Maria Lenk e José Finkel. O curto período foi suficiente para mudanças radicais na vida de Joanna Maranhão. A nadadora trocou de clube, de técnico e se divide entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A atleta do Flamengo também eliminou 7kg e perdeu a vergonha de mostrar as pernas. Mais bonita e confiante, ela já colhe frutos com melhora nos resultados dentro da piscina.

Joanna Maranhão saiu do Maria Lenk, em maio, com 75kg e insatisfeita com seu desempenho nos 400 m medley – prova que disputou a final olímpica em Atenas-2004. E decidiu não nadar mais a distância. “Eu machuquei o ombro, ganhei peso e passei por um momento muito ruim, pensava em muita coisa negativa. Porque não é fácil ter um problema grave no ombro com 23 anos. Mas, agora, eu aprendi a conviver. O que é isso perto de tudo o que o esporte me dá?”, questionou.

A pernambucana machucou o ombro no final de 2010 e nadou o Maria Lenk já recuperada, mas não em sua melhor forma física. Nas quatro provas individuais que disputou, não venceu nenhuma. Mas foi considerada campeã brasileira em três delas porque somente nadadoras estrangeiras terminaram a sua frente. Foi vice nos 400 m livre, atrás de Poliana Okimoto.

Quatro meses depois, nadou o Finkel com 7kg a menos. “Estou muito mais bonita e confiante. Antes, eu estava com vergonha de mostrar as minhas pernas, de colocar maiô. Era muita vergonha”, revelou. Joanna Maranhão aproveitou as altas temperaturas em Belo Horizonte e desfilou de shorts curtos e variou nas cores e modelos de maiôs na piscina de soltura durante o torneio disputado na última semana.

“Perdi 7kg sem passar fome. Só tive que evitar um pouco o chocolate, que eu amo. Eliminei bastante gordura e estou no meu peso ideal”, contou Joanna, de 1,75 m e 68 kg. No Finkel ela já viu melhora no seu desempenho. Venceu os 400 m livre e os 200 m borboleta. Nos 200 m medley e nos 800 m livre, ela bateu em segundo, mas foi campeã brasileira por terminar atrás apenas de gringas.

A evolução não está aliada somente à dieta. Joanna Maranhão trocou de técnico e equipe nos últimos dois meses. Fernando Vanzella deixou o Minas, seu antigo clube, no início de julho e a pernambucana passou por momento de indefinição. Defendeu as cores mineiras no Maria Lenk e, agora, nadou pelo Flamengo. Isso porque ela faz parte de uma das exceções da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) para conseguir a transferência no meio da temporada.

Integrante das Forças Armadas, ela conseguiu liberação do Minas e declaração do Exército para se mudar para o Rio de Janeiro. E, agora, divide o tempo entre a capital fluminense e Belo Horizonte em períodos quinzenais. O comando também mudou. Sem Vanzella, Joanna Maranhão saiu do clube e convenceu a amiga Rosane Carneiro a voltar a ser técnica. Desde o final de 2009, quando treinava Kaio Márcio, a treinadora estava afastada da natação.

“Está tudo ótimo. É uma rotina com variação de ambiente. Eu e a Rosane já éramos muito amigas. Vamos no cinema juntas, fazemos compras. Ela está me fazendo muito bem”, elogiou Joanna, que nadou sob os olhares da atual treinadora e de Vanzella no Finkel. Agora, a pernambucana mira medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em outubro.

Em seu terceiro Pan, a nadadora de 24 anos vai disputar os 200 m medley, 400 m livre, 200 m borboleta e 200 m costas. Joanna Maranhão também mudou de ideia e vai retomar os 400 m medley. “Quero trazer o máximo de medalhas possível e tenho condições para isso. Sou a melhor na América do Sul em várias dessas provas. Sei que vou ter adversárias canadenses e norte-americanas, mas vou brigar”, falou confiante.