O Troféu José Finkel, encerrado no domingo, era considerado um treino de luxo para muitos. Mas a ânsia de somar pontos para seus respectivos clubes transformou o torneio em Belo Horizonte em uma verdadeira maratona. O fim da ‘rotina Phelps’, no entanto, não representa descanso. As estrelas da natação nacional seguem sem férias e voltam totalmente o foco para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em outubro. E já fazem cálculos e previsões.
Campeão mundial nos 50 m peito (prova não-olímpica), Felipe França defendeu o título da prova no Troféu José Finkel e conquistou o ouro. No entanto, nos 100 m peito, ele acabou fora do pódio em prova dominada por seu companheiro de Pinheiros/Sabpes João Júnior. O Finkel não era a prioridade de França e ele não se abate. Tem um objetivo maior. "Quero o ouro no Pan. Não vou voltar sem o ouro", assegurou.
Com o objetivo de somar mais pontos, os atletas improvisam em provas que não são suas e disputam sequência de séries das quais não estão acostumados. Algo comum para o multicampeão Michael Phelps – dono de oito ouros nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008. “É cruel! Aqui no Finkel eu ainda posso me poupar na eliminatória ou semifinal. Em uma Olimpíada, como faz o Phelps, isso é arriscado. Estou tentando manter a cabeça boa. É também um exemplo para o pessoal mais novo que nada três vezes e reclama de tudo”, afirmou Fabiola Molina.
A veterana de 36 anos foi a atleta mais eficiente do Finkel ao computar 141 pontos para a campeã Fiat/Minas. Nas provas individuais, Fabiola Molina foi campeã nos 50 m, 100 m e 200 m costas e nos 100 m borboleta, além de ajudar na vitória do revezamento 4x100 m medley. Em meio à maratona, a capitã do clube mineiro ainda arrumou tempo para atender à imprensa, fãs e torcer para o marido o também nadador Diogo Yabe.
Thiago Pereira está mais acostumado a nadar diversas provas nas competições. No Pan do Rio-2007, ele faturou oito medalhas e, agora, mira um recorde ainda maior em Guadalajara-2011: quer nove pódios. “Estou morto”, disse após a prata nos 100 m borboleta, prova que não está acostumado a disputar, mas pediu para competir para ajudar o Corinthians na classificação geral.
Todo o cansaço também está relacionado à rotina pesada de treinos. O Finkel não era prioridade para os nadadores e o torneio em BH era considerado como preparação para o Pan. Então, mesmo após a maratona o período intenso de atividades segue inalterado. Férias? Nem pensar, só depois de Guadalajara-2011 mesmo. “Serão provavelmente duas semanas. Provavelmente porque é sempre para menos e nunca para mais”, falou Cielo.
Thiago Pereira (e) e Fabiola Molina (d) foram os atletas mais eficientes. O nadador somou 135 pontos, 10% do total do Corinthians no Finkel. Capitã do Minas, Fabiola Molina faturou cinco ouros (quatro individuais) e computou 141 pontos para o clube mineiro, que encerrou jejum de 13 anos sem títulos do Finkel. As últimas oito edições haviam sido vencidas pelo Pinheiros/Sabesp. |
Daynara de Paula machucou o pé na final dos 100 m livre. Parte do bloco de saída caiu no início da prova e ela sentiu dores. Mesmo assim nadou a semi do 50 m borboleta e foi à final. A nadadora do Minas fez tratamento com gelo e, mesmo mancando, venceu a prova e ficou com o ouro. O bloco já havia dado problema antes. Leia mais sobre os incidentes | Bruno Fratus revelou que está com uma lesão no ombro direito há cerca de oito semanas. No revezamento 4x50 m livre, ele sentiu as dores da tendinite e subiu ao terceiro lugar do pódio, com o Pinheiros, com gelo no ombro. O velocista acabou poupado, não nadou os 100 m livre e voltou para São Paulo. Leia a notícia completa | Joanna Maranhão nadou o Maria Lenk pelo Minas e, agora, defende o Flamengo. Isso porque ela é das Forças Armadas ? uma das exceções para um atleta poder defender dois clubes em uma única temporada. Agora rubro-negra, ela foi campeã brasileira em todas as provas que nadou (400 m livre, 200 m borboleta, 200 m medley e 800 m livre). |
CIELO 100% E MINAS CAMPEÃO Cesar Cielo nadou seis provas e levou seis ouros no Troféu José Finkel. O último foi na prova que encerrou o torneio em Belo Horizonte: o revezamento 4x100m medley. As disputas por equipes neste domingo, aliás, foram decididas no fim e com boa dose de emoção. Ao final de sete dias de competição, a Fiat/Minas confirmou o título, encerrou jejum de 13 anos justamente na primeira vez em que foi sede e ainda unificou os títulos brasileiros. Leia mais |
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