Telefone banca delegação equatoriana no Pan
País sul-americano que não faz fronteira com o Brasil. Oitavo produtor mundial de cacau e o décimo de banana. A parte mais famosa de seu território é a ilha de Galápagos, onde Charles Darwin comprovou a evolução das espécies. Para os fãs de esporte, é a nação do meio-campista Alex Aguinaga e do tenista Nicolás Lapentti.
Na atualidade, o Equador vive o paradoxo de ter um governo de esquerda que assumiu uma economia dolarizada (extinguiu sua moeda local, o sucre). Com a ascensão de Rafael Correa à presidência em janeiro de 2007, abandonou o alinhamento com o neoliberalismo e os EUA, adotando o “socialismo bolivariano” e se aproximando de Hugo Chávez. Outra semelhança com os venezuelanos é a produção de petróleo –o país se articula para entrar na Opep, a organização que regula o preço do produto no mundo.
No esporte, algumas mudanças do novo governo começam a aparecer. Em janeiro, o ministro do Esporte, Raul Carrión, conseguiu US$ 5,6 milhões de verba. O dinheiro faz parte da lei do imposto das chamadas telefônicas (5% é destinado ao esporte). Essa lei também prevê que as medalhas em jogos internacionais rendem mais dividendos extra. Por isso, uma medalha de ouro no Pan 2007 pode dar mais do que fama aos atletas.
Para isto, os equatorianos terão que se esforçar. Até hoje, nas 14 edições do Pan foram apenas nove medalhas de ouro. Três só no último Pan, mostrando que o país vem crescendo. Um dos ouros foi conquistado pelo maior ídolo local: o marchador Jefferson Perez. Ouro também em Mar Del Plata-1995 e bronze em Winnipeg-1999, Perez obteve, porém, seu maior feito nos Jogos de Atlanta, o único ouro olímpico da história equatoriana. Em março último, ele conquistou índice para a Olimpíada de Pequim e já avisou que não vai ao Pan do Rio.
Outros dois ídolos equatorianos, contudo, tiveram atuações tímidas em Pan. O tenista Andrés Gómez, que foi quarto ranking mundial e vencedor de Roland Garros em 1990 batendo Andre Agassi na final, ficou apenas com o bronze no Pan de 1979. Já o fundista Rolando Vera, tetracampeão da São Silvestre, foi prata nos 10.000 m em Indianápolis-1987.
O clima político foi mais forte para o Equador no Pan de 1995, quando o país estava em conflito fronteiriço com o Peru. Com centenas de mortos, os combates começaram em janeiro e continuaram durante os Jogos de Mar Del Plata, onde o Equador foi melhor que seu vizinho rival e ficou acima dos peruanos no quadro de medalhas.