Adriana Araújo abre era do boxe feminino em Pan com revés; Brasil é 100% no masculino

O boxe feminino fez sua estreia oficial em Jogos Pan-Americanos na sexta-feira em Guadalajara. Mas o Brasil teve sua primeira representante no ringue neste sábado. Favorita, Adriana Araújo encarou a quente torcida da casa e a embalada Erika Cruz. Uma vitória já garantiria o bronze ao Brasil, porém a campeã nacional sucumbiu desde o início do embate e foi eliminada.

A brasileira, que venceu cinco vezes o campeonato pan-americano da modalidade, não conseguiu mostrar o que se esperava dela. Apesar de partir para o ataque, bobeou na defesa e deixou a dona da casa pontuar durante os quatro rounds. Com isso, acabou derrotada em todos os giros, com o placar de 16 a 6.

 "Infelizmente não deu. Tecnicamente ela não era nada boa, mas não consegui vencer. Senti um pouco a altitude, mas é mérito dela, que soube aproveitar. Dessa vez não deu. É levantar a cabeça", disse Adriana, consolada por toda a delegação brasileira ao sair do ringue com o resultado inesperado.

No masculino, o Brasil teve 100% de aproveitamento no dia. O primeiro brasileiro a entrar no ringue foi Robenilson de Jesus na categoria galo (56kg) contra um adversário já conhecido: o porto-riquenho Felix Verdejo. Os dois se enfrentaram há quatro meses em preparação para o Pan de Guadalajara com vitória rival. Agora, a história foi diferente. O atleta verde-amarelo (vestido de vermelho) venceu por 13 a 3 e enfrenta o colombiano Deivis Julio pelas quartas de final, por volta das 21h45 (horário de Brasília) de domingo.

Após uma luta de intervalo, o Brasil voltou a ter representante em ação. Desta vez, Robson Conceição encontrou um pouco mais de dificuldade, mas venceu por 18 a 11 o dominicano Wellinton Romero. “No segundo round consegui me encontrar melhor na luta. A gente nunca tinha lutado. No primeiro round ele foi mais inteligente”, admitiu o brasileiro, que tem sentido os efeitos dos 1.500 m de altitude de Guadalajara. “Estou com o peito queimando”, contou após a luta. O vencedor avançou para as quartas de final no peso leve (60 kg) e enfrentará na segunda-feira o norte-americano Titus Kahn-Clary, que entrou de bye e faz uma luta a menos.

Bronze no Pan do Rio-2007, Myke Carvalho foi a exceção, mas também com sucesso no meio-médio. Ele foi o único brasileiro a vestir azul e também triunfou. Mas não agradou. Ele começou melhor, mas foi superado no segundo round. No terceiro e último período, o boxeador tentou administrar a vantagem e venceu o dominicano Raul Sanchez Marte por 23 a 18 – para vaia geral do público presente.

“Estou acostumado. O público sempre torce para quem está perdendo. Consegui segurar e chegar ao final da luta com vantagem para vencer”, disse Myke Carvalho. A torcida gritou insistentemente Raul no encerramento do embate. Agora, pelas quartas de final, o brasileiro enfrenta o chileno Patricio Villagra, às 22h30 (de Brasília) de segunda.