Vanda (c) corre os 100 m rasos com a companheira de revezamento Ana Claudia (d)
Um pedido pouco pretensioso de uma professora levou Vanda Gomes a largar o amadorismo do handebol para se tornar, rapidamente, uma atleta de ponta do atletismo mundial. Claro que quando tomou a decisão, aos 16 anos, a velocista não imaginava onde chegaria, mas uma ajuda de custo foi suficiente para ela adotar as sapatilhas e desistir de fazer os gols nas quadras.
Vanda Gomes atualmente defende o atletismo do Clube Pinheiros
“Comecei no atletismo já com 16 anos. Sempre fiz muito esporte. Antes eu jogava handebol, mas uma vez, nos jogos escolares, meu time perdeu e a professora pediu para eu competir no atletismo. Corri os 100 m e os 1.500 m e ganhei as duas provas. Antes disso eu nem sabia como era uma pista de atletismo, nunca tinha pisado em uma”, conta Vanda, hoje com 22 anos.
Ela curtiu a experiência como corredora, mas gostava mesmo era de handebol. Já estava acostumada com a bola pequena e a dinâmica do jogo. Sua estatura (1,80m) também ajudava. Por isso, durante seis meses, ela permaneceu dividida. À tarde, treinava handebol. À noite, dedicava-se ao atletismo.
“Por seis meses eu fiquei treinando os dois esportes ao mesmo tempo depois que saía da escola, mas o handebol é mais amador no Brasil, então decidi ficar no atletismo, até porque comecei a ganhar uma graninha e isso me animou. O atletismo me deu a chance de melhorar de vida”, argumenta.
A paranaense de Matelândia, cidade próxima da fronteira com Argentina e Paraguai, disputou as últimas duas edições do Mundial de atletismo no revezamento 4x100 m. Em Daegu, neste ano, a equipe brasileira quebrou o recorde sul-americano que perdurava desde 2004 (com o tempo de 42s92).
Lutimar Paes (e), companheiro de Vanda, já recorreu a rifa e pedágio para comprar um tênis
O quarteto foi formado por Vanda (22 anos), Ana Cláudia da Silva (22), Rosângela Santos (22) e Franciela Krasucki (23). Na final, contudo, elas ficaram na oitava e última posição. Para o Pan, a expectativa é grande. E o resultado abaixo do esperado na final sul-coreana virou motivo de otimismo.
“É uma equipe muito talentosa e muito nova, a mais velha tem 23 anos. Mas a experiência no Mundial já vai nos ajudar no Pan. Será mais fácil aguentar a pressão e entrar na pista com mais calma. O time amadureceu e chega ao Pan com outra cabeça. Podemos brigar por medalha.”
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