Porto Rico tenta sair da sombra norte-americana
Terra de fenômenos pop como o conjunto musical Menudos e o esotérico Walter Mercado, Porto Rico foi o primeiro país caribenho a ser sede dos Jogos Pan-Americanos. E a competição, realizada em 1979 na cidade de San Juan, foi palco de protesto contra os Estados Unidos.
Insatisfeitos com o fato de Porto Rico ser território dos EUA desde 1898, após a Guerra Hispano-Americana, as manifestações começaram logo na abertura dos Jogos. Assim que o hino norte-americano começou a ser executado, vaias do público foram suficientes para causar constrangimento geral.
Os protestos, entretanto, não inibiram o desempenho dos Estados Unidos, que terminou o Pan com 126 medalhas de ouro. Do lado dos donos da casa, 21 medalhas foram conquistadas. Das duas de ouro, uma delas teve especial valor: a do pugilista José Molina, que venceu James Shuler, adversário que usava o calção com as estrelas da bandeira norte-americana.
Depois do sétimo lugar conseguido em San Juan, Porto Rico só voltou a brilhar em um Pan justamente na casa do maior rival. Em Indianápolis, em 1987, a ilha obteve três ouros, seis pratas e 20 bronzes, ficando com a nona colocação.
A rivalidade não impediu que muitos atletas nascidos em Porto Rico decidissem competir nos Estados Unidos. Além disso, o furor pela independência diminuiu após a derrota em três plebiscitos (1967, 1993 e 1998) sobre a emancipação do país.
No campo esportivo, os porto-riquenhos não almejam altos vôos. O objetivo no Rio de Janeiro é, ao menos, repetir o acontecido em Santo Domingo-2003, quando o país ganhou 16 medalhas, sendo três de ouro e terminando na 11ª posição.
Para isso, o país precisa superar alguns problemas internos. O maior deles foi causado pelo presidente Federação de Basquete de Porto Rico, Hector Reyes, que anunciou a ida de uma seleção universitária para competir no Rio de Janeiro. Em 2003, os porto-riquenhos ganharam o bronze na modalidade.