Cielo venceu os 100m livre com o tempo de 47s84 e bateu o recorde do campeonato

Cielo ganha aposta ao nadar abaixo dos 48s pela 1ª vez desde 2009 e já aguarda festa

Os cerca de 1.500 m de altitude transformaram as provas de natação dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara em incógnitas. Cesar Cielo mesmo estava em dúvida de como seu corpo reagiria. Dentro da água, o campeão olímpico e bi mundial não teve problemas e sobrou. Ele nadou os 100 m livre abaixo dos 48s pela primeira vez desde 2009 e conquistou dois ouros em um intervalo de pouco mais de uma hora. Agora, comemora os dois pódios e a vitória em uma aposta com o técnico Alberto Silva, o Albertinho.

Cesar Cielo nadou a final dos 100 m livre em 47s84, novo recorde pan-americano e segundo melhor tempo do ano. Ele não fazia marca inferior aos 48s desde a proibição do uso dos supermaiôs – no fim de 2009. Com o traje tecnológico, o brasileiro obteve o recorde mundial da prova (46s91) no Mundial de Roma-2009. “Nadar na altitude pela primeira fez, em competição que não treinei especificamente e fazer 47s8 pela primeira vez... dá para sonhar mais alto na prova”, falou.

Cielo priorizava a prova até a Olimpíada de Pequim-2008. Na ocasião, ele ficou com o ouro nos 50 m livre e terminou com o bronze nos 100 m livre. Desde então, os resultados da menor distância foram melhores: foi bicampeão mundial. Nos 100 m livre, ele venceu no Mundial de Roma-2009, mas ficou fora do pódio em Xangai-2011 (foi o quarto colocado).

“Mesmo com os dois ouros [50 m borboleta e 50 m livre], o golpe que sofri me deixou meio tonto. Eu podia ter nadado melhor o Mundial. Sorte dos meus adversários que eu não estava assim. Mas Londres-2012 está aí e posso ter metas mais ambiciosas”, falou após fazer 47s84. A marca deixou Cielo animado e otimista do que pode fazer nos 100 m livre. E mais. Rendeu uma vitória em aposta feita com o técnico Albertinho. “Vai ter festa quando voltarmos ao Brasil. Albertinho se empolgou e prometeu várias coisa, agora vai ter que cumprir”, cobrou aos risos.

Segundo a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) e o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Cielo passou mal na noite de sexta-feira e foi encaminhado ao hospital. O nadador negou a indisposição e disse que foi apenas realizar exames de rotina. O fato é que haviam dúvidas em relação aos cerca de 1.500 m de altitude. “No fundo, eu sabia que iria nadar bem. Na hora que eu bati foi um alívio, aquela sensação de fazer algo que você não fazia havia muito tempo. Eu imaginava que podia, mas ainda vivia um conflito interno, por causa da altitude. Acho que estou mais à vontade com a minha capacidade física e mental. Foi tudo como eu tinha imaginado”, disse o agora bicampeão pan-americano.