Delegação brasileira tem bons resultados com a participação de "herdeiros"

Sucesso marca tradição familiar na história dos Jogos Pan-Americanos

O sonho da maioria dos pais é ver seus herdeiros seguindo a mesma profissão ou realizando alguma das fantasias que os próprios não conseguiram por qualquer imposição da vida. Então, os filhos aparecem como instrumento para preencher esse vazio.

A influência de irmãos mais velhos também é normal e esses acabam levando os mais novos a desejarem seguir o mesmo caminho, a terem a mesma ambição.

No esporte a história não é diferente. A história dos Jogos Pan-Americanos mostra que algumas modalidades estão no “sangue” e são passadas de geração para geração. Relembre alguns desses casos:
 

FAMÍLIA PESSOA É SINÔNIMO DE MEDALHA NO HIPISMO

A tradição da família Pessoa com Nelson Pessoa Filho que resolveu se aventurar no início da década de 1960 na Europa, com objetivo de ser tornar cavaleiro, em uma época em que o hipismo era mais praticado entre os militares no Brasil. Os resultados começaram aparecer em 1967, na disputa dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá. Nelson fazia parte da equipe brasileira, que contava ainda com Antônio Alegria Simões, José Roberto Reynoso Fernandes e Cel. Renyldo Ferreira, que surpreendeu os favoritos e conquistou a medalha de ouro. Nelson ainda conquistou a medalha de prata no individual.

Os bons resultados de Nelson influenciaram o filho Rodrigo Pessoa a seguir o mesmo caminho. Rodrigo tornou-se um dos principais nomes do hipismo e conquistou a medalha de ouro em Atenas-2004, após a confirmação de doping do cavalo irlandês Cian O'Connor. Juntos, pai e filho conquistaram a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Mar Del Plata, em 1995. Além dos dois integrantes da família Pessoa, Vitor Alves Teixeira e André Johanpeter faziam parte da equipe.

VÔLEI NO SANGUE DA FAMÍLIA REZENDE

O vôlei foi a modalidade adotada pela família Rezende. A história de sucesso começou com o então levantador Bernardinho, que conquistou a medalha de ouro em Caracas-1983. Bernardinho voltaria a subir no lugar mais alto do pódio em Winnipeg-1999 no comando da seleção brasileira feminina. A tradição no esporte continuou com Bruninho, filho de Bernardinho com a também jogadora de vôlei Vera Mossa. O herdeiro da família Rezende também já acumula um ouro Pan-Americano. Sob o comando do pai, Bruninho sagrou-se campeão da modalidade no Rio-2007.

MAGIC PAULA ENCANTA ATÉ FIDEL CASTRO

Já a família Gonçalves da Silva contribui para o desenvolvimento do basquete brasileiro. Maria Angélica, a Branca, e Magic Paula estão entre as principais atletas da história do país na modalidade. As irmãs estiveram nas conquistas do bronze em Caracas-1983 e prata em Indianópolis-1987. Porém, Magic Paula teve grande destaque ao lado de Hortência na conquista do ouro em Havana-1991, quando “encantou” até o ditador cubado Fidel Castro. Na final, o Brasil derrotou Cuba com boa atuação de Paula. No pódio, Fidel fingiu que não entregaria a medalha a atleta brasileira e ainda a chamou de “bruxa” depois da boa atuação.

RAÍZES JAPONESAS DO JUDÔ BRASILEIRO COM O CLÃ ISHII

Em 1999, a judoca Vânia Ishii ficou com a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, o único ouro da modalidade na competição. Logo após a conquista Ishii tratou de telefonar para a irmã Tânia, que também era judoca e foi bronze em Caracas-1983. As duas foram influenciadas pelo pai, Chiaki Ishii, um judoca japonês naturalizado brasileiro que garantiu a medalha de bronze na modalidade nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972. E foi justamente Chiaki que atendeu a ligação de Vânia, mas em vez de parabenizar a filha, ele deu uma "bronca" na filha, já que ela comemorou a vitória ainda no tatame, o que é um desrespeito ao rival segundo a cultura japonesa.