Vitórias diferentes: os brasileiros que conquistaram o ouro na disputa da maratona no Pan de Santo Domingo-2003 terminaram a prova em condições opostas. Vanderlei Cordeiro de Lima desabou ao cruzar a linha de chegada, depois de 2h19min08. Ele recebeu atendimento médico e precisou de aproximadamente 15 minutos para se recuperar. Márcia Narloch enfrentou o forte calor com mais tranqüilidade. A campeã completou os 42.195 m da prova sem aparentar cansaço e finalizou a disputa com um sorriso no rosto.
Cadê a medalha?: Hudson de Souza e Marílson dos Santos, respectivamente ouro e bronze nos 5.000 m no Pan de Santo Domingo-2003, só receberam as medalhas dois dias depois da prova, por causa de uma trapalhada da organização. E o pódio ainda ficou vazio no segundo degrau, porque o mexicano José Galván não esperou a premiação e resolveu voltar para o seu país.
De graça: nos Jogos de Santo Domingo, o atletismo brasileiro herdou duas medalhas por causa do doping de adversários. O revezamento 4x100 m rasos foi promovido a campeão depois que Mickey Grimes foi flagrado e a equipe norte-americana foi desclassificada. Christiane Ritz, quarta colocada nos 800 m, ficou com o bronze depois do doping da surinamesa Letitia Vriesde.
Ajuda de fora: nos Jogos da Cidade do México-1975, o público resolveu garantir a dobradinha mexicana na prova masculina dos 20 km marcha atlética. Depois da passagem dos líderes Daniel Bautista e Domingo Colin, a torcida barrou a passagem para os demais competidores. Depois do incidente, os dois mexicanos terminaram a prova com o mesmo tempo: 1h33min58s33. O norte-americano Larry Young levou o bronze, depois de concluir a prova em 1h37min53s16.
Desculpa: o Pan de Caracas-1983 foi o primeiro a ter controle antidoping. Coincidência ou não, 12 integrantes da equipe norte-americana de atletismo abandonaram a delegação antes dos testes alegando “razões pessoais”.
Pit stop: o brasileiro Éder Fialho ficou com o bronze na maratona, mesmo fazendo uma parada rápida durante a prova devido a uma crise intestinal. "No jantar, queria mais molho de tomate no macarrão e exagerei no ketchup. Procurei um mato, fiz as necessidades e voltei a correr", explicou no pódio. O ouro ficou com outro brasileiro: Vanderlei Cordeiro de Lima. Apenas 11 competidores disputaram a prova.
Contribuição: Tomas Hintnaus foi bronze no salto com vara de Caracas-83. Nascido em Videira (SC) de pais tchecos, ele cresceu na Califórnia, onde virou atleta. Hintnaus ficou inconformado com o boicote dos EUA à Olimpíada de Moscou-1980 e, por isso, passou a representar o Brasil. Além de deter o recorde sul-americano da prova até hoje, ele ficou célebre como modelo da Calvin Klein. Quatro anos depois do Pan, Tomas quebraria o recorde sul-americano do salto com vara, com a marca de 5,76 m, registrada na Suíça. O feito só foi superado no dia 7 de junho deste ano, quando Fábio Gomes alcançou 5,77 m no GP Sul-Americano, em São Paulo.