Ainda sob comunismo, Cuba é potência decadente
Com 11 edições de Pan disputadas sob o comando do líder socialista Fidel Castro, Cuba se consolidou como a segunda força só atrás da superpotência Estados Unidos. Mesmo com a escassez financeira após a queda da União Soviética, na década passada, a ilha caribenha está longe de ser ameaçada na sua vice-liderança continental.
A Revolução Cubana aconteceu em 1959, mas o reflexo no esporte só aconteceu 12 depois. No Pan-Americano de Cáli-1971, o país comunista tomou para si a segunda colocação no quadro de medalha para só abandoná-la para tomar o topo na edição em que foi anfitriã, Havana-1991.
Porém, o Pan do Rio terá um sabor diferente, pois será a primeira vez em que Fidel Castro não estará com seus discursos incentivando seus comandados na partida para o evento (o lema usado é o de Ernesto “Che” Guevara: “Hasta La Victoria, Siempre”). Fidel está hospitalizado desde o final de 2006, e seu irmão Raúl assumiu o comando da ilha.
Os cubanos confiam em um bom desempenho nos esportes nos quais são tradicionais, como o boxe, levantamento de peso, atletismo e nos esportes coletivos (beisebol e vôlei). Para conterem despesas, sempre levam delegações compactas e vencedoras, nem que para isso sacrifiquem modalidades.
O lado negativo para Fidel é que a cada Pan parte da delegação deserta atrás do dinheiro que o profissionalismo dos países capitalistas oferece. Começou em 1971 com seis abandonos e chegou a seu ápice em Winnipeg-1999, com 13 desertores incentivados também por organizações anticastristas baseadas em Miami (EUA).
Último país americano a abandonar a escravidão, Cuba foi o primeiro a adotar o socialismo na região. Isolada politicamente pelos EUA (é o único país latino-americano a não ter direito de voto na OEA, Organização dos Estados Americanos), Cuba recebe atualmente ajuda financeira da Venezuela de Hugo Chávez e aproveita a onda de esquerdistas no poder na América Latina (Bolívia, Equador, Chile, Argentina, Uruguai, Brasil, Nicarágua também têm presidentes vindos de partidos de esquerda).
Apesar de ser um país pequeno (110.860 km², um pouco maior que o estado de Pernambuco) e da economia agrária, Cuba se caracteriza por priorizar a educação, o esporte e a saúde.