Rafael Silva, o Baby, fica com a medalha de prata ao perder final da categoria pesado
26/10/2011 - 20h28
Rafael Silva troca folga no ranking de Londres-2012 por prata no Pan de Guadalajara
Bruno Doro Em Guadalajara (México)
O pesado Rafael Silva fez uma opção ao aceitar disputar os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Ao invés de melhorar sua posição no ranking olímpico para Londres-2012, foi ao México tentar uma medalha. A troca valeu a medalha de prata para o judoca paulista.
Nesta quarta-feira, ele foi o primeiro brasileiro a subir ao pódio no judô em Guadalajara. Com duas punições por falta de combatividade, ele perdeu por um waza-ari, na final, para o cubano Oscar Brayson, vice-campeão mundial de 2009 e bronze nos Jogos Olímpicos de 2008. Antes, ele tinha vencido o norte-americano James Turner e o mexicano Ramon Flores.
O brasileiro Luciano Correa é campeão mundial. O cubano Oreydis Despaigne tem, como principal conquista, dois bronzes na mesma competição. Mesmo assim, foi o caribenho, e não o sul-americano, quem entrou em vantagem no confronto. Luciano, porém, foi quem saiu com a medalha de ouro da categoria até 100 kg do judô.
“Ele conhecia o meu jogo, travou todos os golpes que eu tentava. Quando eu ia fazer uma entrada, ele fazia na minha frente. Isso acabou complicando. Os juízes interpretaram como falta de combatividade. Foi uma pena”, lamentou Rafael Silva após perder a disputa do ouro.
No último ranking divulgado pela FIJ (Federação Internacional de Judô), Rafael apareceu em oitavo lugar, com 678 pontos. O Pan não vale pontos para o ranking, mas as Copas do Mundo da Inglaterra e do Azerbaijão e o Grand Prix de Abu Dhabi, sim. Seu rival mais próximo, Daniel Hernandes, é o décimo da lista e usou o período para se aproximar. Com o ouro na Copa do Mundo de Liverpool, na Inglaterra, ele diminuiu em 66 pontos sua desvantagem, chegando a 652 pontos.
Na mesma situação, Luciano Correa (100 kg) e Tiago Camilo (90 kg) lucraram, mesmo sem competir. Seus rivais, Léo Leite e Hugo Pessanha, não aproveitaram a chance para se aproximar. Leite, por exemplo, disputou o Grand Prix de Abu Dhabi, mas não pontuou. Além disso, os 60 pontos que ganhou na Copa do Mundo da Itália de 2010, por causa da regra dos 12 meses, viraram 30. Com isso, ele tem 512 pontos contra 520 de Luciano.
Com Pessanha, aconteceu a mesma coisa. Ele foi quinto no GP de Abu Dhabi e sétimo na Copa de Liverpool. Nenhum dos dois resultados ficou entre os cinco melhores do judoca na temporada. Com isso, ele e Tiago Camilo seguem empatados em 7º lugar, com 820 pontos – mas Tiago leva vantagem com um descarte maior no ano.
Bronze de Suelen mantém Brasil sem ouros nos pesados
Na outra categoria em disputa desta quarta, Maria Suelen Altheman manteve um tabu histórico para o Brasil. Na categoria pesado feminino, o país nunca formou uma campeã de Jogos Pan-Americanos.
Suelen foi bronze após perder, na semifinal, para a porto-riquenha Melissa Mojica. Na disputa pelo bronze, a vitória foi sobre a norte-americana Molly O’Rourke por ippon.
Antes de Suelen, o Brasil tem outras cinco medalhas nos pesados feminino: Priscila Marques (bronze em 1999 e 2007), Rosimere Salvador (bronze em 1987) e Edilene Andrade (prata em 1995 e bronze em 1991).