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Nicarágua

Após Guerra Fria, país vê esperança de evolução

Arte UOL

Maior país da América Central, a Nicarágua vive uma fase de reconstrução. Além dos furacões (o último e maior foi o Mitch, em 1998, que deixou 10 mil mortos), a instabilidade política foi a principal causadora das dificuldades dos nicaragüenses, com um histórico de guerra civil, guerrilhas e ditaduras sangrentas.

No início do século 20, os militares dos EUA passaram a intervir frequentemente na Nicarágua. Nessa época, Augusto César Sandino, general de origem camponesa, combateu a interferência norte-americana e acabou assassinado em fevereiro de 1934, tornando-se um ícone da esquerda local.

Essa emboscada marcou a guinada da ascendente família Somoza, que dominou o país durante cinco décadas (1937 a 1979). Os Estados Unidos, simpatizantes dos Somoza, continuaram exercendo forte influência, financeira e militar.

Tal cenário permaneceu até o fim dos anos 1970, quando a FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional) derrubou o governo pró-EUA e assumiu a presidência apoiada por Cuba e a ex-União Soviética, configurando outro embate da Guerra Fria entre leste e oeste. Insatisfeitos, os norte-americanos passaram a custear os “contras”, movimento contra-revolucionário baseado com base em Honduras.

Foi nesse ambiente que a Nicarágua conquistou sua primeira medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos, ao ficar em segundo lugar no beisebol durante a edição de Caracas, em 1983. Convertidos em heróis nacionais, os jogadores foram recebidos com grande festa pelo então presidente Daniel Ortega, líder sandinista e que hoje está novamente no poder, desta vez por meio de eleições democráticas. Os medalhistas ganharam diversos presentes, entre casas e carros.

Embora seja alvo de críticas, o sandinismo mostrou interesse e ajudou no crescimento do esporte local, aproveitando apoio de Cuba e outros países socialistas. Atletas nicaragüenses e treinadores se preparavam nas nações amigas para evoluir tecnicamente. Do início dos anos 1990 até 2006, porém, o regime de esquerda foi derrotado e só voltou ao poder no ano passado, com nova vitória de Ortega.

Agora, a expectativa no país é que, além de combater o desemprego e melhorar a educação, cresça também o investimento no esporte, que teve recursos reduzidos gradativamente nos últimos 16 anos, até chegar aos US$ 700 mil atuais. Nesse período de queda orçamentária do esporte, Nicarágua ficou sem medalhas nos Pans de 1999 e 2003.

Quadro de medalhas da Nicarágua

Países OuroOuro PrataPrata BronzeBronze Total
1975 Cidade do México 0 0 1 1
1983 Caracas 0 1 0 1
1991 Havana 0 1 2 3
1995 Mar del Plata 0 2 2 4
TOTAL DE MEDALHAS 0 4 5 9