Franceses impulsionam esgrima no Brasil
Esgrimista brasileiro Marco Martins chora ao ser eliminado no Pan de 1999
Quando chegou ao Brasil, por volta de 1808, a esgrima não tinha a pretensão de ser um esporte para qualquer um. Era uma prática exclusiva dos militares portugueses, que vieram à colônia brasileira fugindo das tropas francesas de Napoleão Bonaparte. Entretanto, com a chegada ao país, a modalidade começou a perder seu caráter militaresco, mas ainda era um movimento muito tímido.
Os mesmos franceses que fizeram com que a corte portuguesa fugisse para o Brasil deram outro impulso para que as espadas da esgrima saíssem definitivamente das mãos dos militares. Com a presença francesa em São Paulo, uma sala de armas foi instalada na Força Pública. Assim, o acesso às espadas ficou mais fácil.
Porém, ainda existia uma resistência por conta de muitos militares que eram contra a popularização do esporte das espadas. Prova disso é o campeonato organizado em 1925, em São Paulo, que só permitia a participação de oficiais.
Dois anos depois, em 1927, surgiria a Confederação Brasileira de Esgrima, responsável pela organização do primeiro torneio brasileiro, em 1928. Mesmo assim, o esporte nunca conseguiu se popularizar no país.
No Pan, o Brasil tem sete medalhas (uma de ouro, três de prata e três de bronze), mas nenhuma conquistada por mulheres. As duas primeiras medalhas foram de bronze e justamente na primeira edição dos Jogos Pan-Americanos, em 1951, em Buenos Aires, conquistadas por Estevão Molnar, no sabre individual, e pela equipe do sabre formada por Estevão Molnar, Frederico Serrao, Matt Hugler e Damásio Sá Virgilio.
A segunda conquista demoraria a chegar, mas veio em terras nacionais. Foi no Pan de 1963, realizado em São Paulo, que Aloysio Alves, Athur Telles, José Pereira e Carlos Couto conseguiriam a medalha de prata competindo na espada com equipes.
O mesmo Arthur Telles conseguiria uma prata na espada por equipes, além de atingir o maior patamar que brasileiro já chegou com a esgrima. Foi a medalha de ouro nos Jogos de Winnipeg em 1967, em que Telles derrotou o norte-americano Frank Anger. Arthur Telles ainda figurou na equipe que conquistou a prata em 1971, no Pan realizado em Cáli.
Já em 1975, o Brasil estava com um histórico de medalhas razoável e com atletas de nível internacional. Mas o grupo formado por Arthur Cramer, Frederico Alencar, Ronaldo Schwantes e Francisco Buonafina seria o último a ganhar uma medalha pan-americana para o Brasil.