Caratê chegou ao Brasil via imigrante japonês
O precursor do esporte no Brasil, Sadamu Uriu (d.), na década de 70
A história do caratê no Brasil se confunde com a história de um homem: Sadamu Uriu. Nascido no Japão, Uriu iniciou seu treinamento de caratê ainda em Tóquio, em 1951, sete anos antes de desembarcar em território nacional.
Quando chegou ao porto de Santos, com 30 anos, Sadamu arrumou emprego em uma fazenda no interior de São Paulo, mas logo conseguiu trabalho na fábrica japonesa Toyota. Por volta de 1960, conheceu Yasutaka Tanaka, outro mestre de caratê.
Com o tempo, os dois começaram a se reunir com ex-colegas de faculdade que também residiam no Brasil e começaram a praticar caratê. Em 1961, o aficionado pelo esporte Lirton Monassa procurou Uriu e Tanaka para ensinar caratê no Rio de Janeiro para um grupo de 30 alunos.
Em 1963, Uriu começou a lecionar caratê no Batalhão de Infantaria-Paraquedista. A proposta veio depois de ele vencer um desafio contra um soldado boxeador e um soldado capoeirista. No ano seguinte foi realizado o primeiro Campeonato Carioca de caratê, e após a prova a modalidade começou a aparecer em diversas federações de pugilismo pelo país. Em 1969, a extinta Confederação Brasileira de Pugilismo realizou o primeiro Campeonato Brasileiro de caratê, no Rio de Janeiro, estado que também venceu o campeonato.
Desde então, o país começou vislumbrar participações em provas internacionais. A primeira foi em 1970, no 1º Campeonato Mundial, realizado no Japão. Em 1988 conseguiu ser o campeão do 1º Campeonato Sul-Americano de caratê.
Nos Jogos Pan-Americanos, a primeira aparição foi em 1995, na competição de Mar del Plata, na Argentina. Na estréia, a primeira medalha brasileira foi de ouro, com José Gomez na categoria aberta, que derrotou o cubano Montaño Garcia.
As outras duas medalhas de ouro brasileiras foram conquistadas por Lucélia Ribeiro. A primeira, no Pan de Winnipeg-1999 também foi a estréia de Lucélia na competição continental e o ouro veio com a vitória sobre a República Dominicana.
A segunda medalha de Lucélia, e terceiro ouro brasileiro, veio junto com uma história de superação. A brasileira competiu com um ligamento do joelho rompido, mas sem contar nada a ninguém. O ouro veio e quando subiu no pódio ela acabou se desmanchando em lágrimas.
Porém, o acervo de medalhas brasileiras não feito apenas de ouro. Atualmente, o Brasil também conta oito medalhas de prata e oito de bronze. O esporte é um das poucas modalidades de combate que não está no hall dos esportes olímpicos.