Segundo maior país em extensão territorial do mundo, menor apenas que a Rússia, o Canadá é uma monarquia constitucional e uma democracia parlamentar. O chefe de Estado do país é a rainha Elizabeth 2ª, do Reino Unido - um símbolo dos laços históricos do Canadá com o país colonizador.
Com a 12ª economia do mundo, possuindo o melhor desempenho dos países do G-8 desde 2001, os canadenses não são afetados por depressões financeiras e apostam na mineração e nos setores de manufatura para o desenvolvimento.
Dividido por seus dois idiomas oficiais (o francês e o inglês), o Canadá é um dos países de maior miscigenação do continente. O oeste do país foi colonizado pelos ingleses e americanos fugindo da Guerra de Secessão (1861-65). Ao leste, representado principalmente pelo estado de Quebec, ficam os descendentes franceses. Além das comunidades asiáticas, árabes e italianos, há bairros nas grandes cidades com população nativa, descendente dos esquimós.
Além da divisão cultural, o clima e a vegetação fazem um traço de divisão horizontal no meio do país. Ao norte, a taiga – uma floresta de pinheiros e abetos – se adapta ao frio e possui uma região com baixa densidade demográfica. O sul, com um clima um pouco mais ameno, é a região mais povoada do país.
No esporte, os canadenses também se segmentam entre os de inverno e verão e entre os franceses e ingleses. Exemplo maior são os esportes mais praticados no país: o hóquei no gelo e o lacrosse. O primeiro, jogado em ginásios fechados e em épocas de neve, tem os seus principais jogadores atuando na NHL, liga dos EUA que abriga times canadenses. O segundo, com o nome francês, mas inventado na América do Norte, é praticado em campos abertos durante o verão.
Por causa da “personalidade” franco-inglesa, os canadenses são os únicos que podem disputar a Commonwealth Games (Olimpíada de países ligados ao Reino Unido) e o Jeux de la Francophonie (competição ligada aos franceses). Nesta última, o Canadá se divide em três: Canadá, Quebec e Canadá Nouveau-Brunswick (único estado do país reconhecidamente bilingüe).
Os resultados nestas disputas, assim como nas Olimpíadas de verão, não entusiasmam os canadenses. Na Commonwealth, a delegação sempre fica atrás dos ingleses e australianos. No Francophonie, os franceses, marroquinos e outros países convidados (como a Romênia) superam o fragmentado país. Nas Olimpíadas de verão, o desempenho é fraco também. Em Atenas-2004, foram três ouros, seis pratas e três bronzes – desempenho pior que o brasileiro. Na única vez que organizou os Jogos, em Montreal-1976, os canadenses ficaram sem ouro (com cinco pratas e seis bronzes).
O confronto entre Brasil e Canadá pela terceira força no quadro de medalhas do Pan-Americano tem um exemplo que já esteve dos dois lados. Ex-técnico da seleção brasilera de tênis de mesa, Marles Martins é o atual treinador dos canadenses e estará no Rio em julho para o Pan. |
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BRASIL REFORÇA 'INIMIGO' |
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Curiosamente, em Jogos Pan-Americanos há uma inversão. O Brasil ficou na frente do quadro geral dos canadenses em apenas duas edições de Pan: em 1959 e 1963 (este último quando os brasileiros conseguiram o segundo lugar por estarem em casa). Com a ascensão de Cuba no esporte, os canadenses se tornaram a terceira força do continente. Desde 1963, sempre ficaram em terceiro lugar nas edições dos Jogos.
No Pan do Rio, os canadenses já afirmaram que irão em busca de experiência para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008. Tanto é que, um dos esportes com mais chances de medalha, a natação, deve ir com o time júnior, já que as principais estrelas se dedicaram ao Mundial do esporte em Melbourne.
A decisão de levar atletas inexperientes deixa a vaga do terceiro lugar, atrás de EUA e Cuba, livre para os donos da casa, os brasileiros. Os canadenses, acostumados com o terceiros postos, já disseram que não têm esperanças de chegar mais longe do que o quarto lugar no quadro geral de medalhas.