UOL Esporte - Pan 2007
UOL BUSCA

26/07/2007 - 17h10

Coletivo, Brasil atropela Canadá e avança à semifinal

Giancarlo Giampietro
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

O técnico Lula Ferreira afirma que a versão 2007 da seleção brasileira vai, enfim, primar pelo basquete coletivo. Nesta quinta-feira, na vitória por 98 a 63 contra o Canadá, o time deu ao menos uma amostra de que pode caminhar para isso.

CENAS DA VITÓRIA BRASILEIRA
AFP
Pivô Murilo (esq.) mais uma vez foi um dos destaques da seleção brasileira em quadra
AFP
Canadense Brempong encara a marcação brasileira na partida desta quinta-feira
Folha Imagem
Marquinhos enterra durante entre Brasil e Canadá, válida pela 1ª fase do Pan do Rio
TABELA DE JOGOS NO PAN
ALEX EXPLICA AUSÊNCIA NO PAN
IMAGENS DA RODADA DESTA QUINTA
VEJA LANCES DA VITÓRIA DO BRASIL
Todos os 11 jogadores do elenco brasileiro fizeram uma cesta no mínimo. Dentro dessa distribuição ofensiva, o pivô Murilo foi mais uma vez o cestinha, com 24.

Além de Murilo, JP Batista (14), Marquinhos (14), Nezinho (11) e Valtinho (10) chegaram aos dois dígitos na pontuação. Marcelinho Machado, com nove pontos, ficou perto.

Até mesmo o pivô Paulão e o ala Teichmann, que serão pouco usados no torneio, fizeram os seus pontos. "O grupo está passando uma energia muito positiva", afirmou Paulão. "Foi um grande desempenho da seleção, tirando a fragilidade do rival. Espero que possamos ter mais alguns jogos desses para eu poder participar", disse Teichmann.

Classificado para a semifinal, o Brasil agora disputa a liderança do grupo, nesta sexta-feira, contra Porto Rico, que também venceu seus dois primeiros jogos. O Canadá já havia perdido na véspera por 82 a 63 e, assim como as Ilhas Virgens, já está eliminado do Pan.

O jogo


"Foi importante nossa melhora no rebote defensivo, que nos deu mais chances no ataque. E você pode notar que até no rebote nós tivemos uma boa distribuição", afirmou Lula.

A seleção apanhou o dobro de rebotes do Canadá (36 a 18) e, por isso, aumentou seu número de posses de bola. Também reduziu seu número de erros no ataque. Uma combinação que facilita, e muito, a repartição dos pontos pela equipe foi facilitada.

O ataque teve uma execução eficiente, mas a defesa brasileira se mostrou vulnerável no primeiro quarto.

Depois de abrir oito pontos de vantagem no início de jogo, com 16 a 8, a seleção passou a ter problemas defensivos, principalmente com a linha dos três pontos. De chute em chute de longa distância, os canadenses entraram no jogo e o placar foi de 25 a 23. O Brasil permitiu que o adversário ultrapassasse os 20 pontos pela primeira vez em um quarto - o time havia feito 18 no máximo em uma parcial contra Porto Rico.

No segundo quarto, porém, a marcação foi acertada no perímetro, as oportunidades canadenses foram reduzidas, e o time foi obrigado usar seu fraco jogo interno, que não funcionou, e o Brasil foi para o intervalo com 53 a 37.

A presença massiva do jovem Caio Torres - 2,11 m e 130 kg - no centro do garrafão, à frente da cesta, foi fundamental nesse ponto, apesar de sua falta de capacidade atlética. O pivô compareceu com agressividade em todas as trocas de marcação, alterou muitos arremessos e foi uma âncora defensiva.

O ataque do Canadá continuou desajustado diante da contenção brasileira no terceiro quarto, e a vantagem foi crescendo gradativamente - o terceiro período começou com 75 a 48 -, e Lula pôde mandar à quadra o ala Guilherme Teichmann e o pivô Paulão, que pontuaram logo em seus primeiros arremessos. A dupla não deve ser muito utilizada na fase final.

O quarto final acabou funcionando mais como um treino para a seleção, já que os canadenses não esboçaram nenhuma alternativa tática para tentar uma reação.