"Orientais" fizeram o Brasil a 2ª força da América
Kano (esq) e Hoyama mostram as medalhas conquistadas no Pan-91
No Brasil, o tênis de mesa foi introduzido por turistas ingleses na primeira década do século 20. Em 1912, as atividades do esporte começaram a ser organizadas com a disputa do 1º Campeonato por Equipes, em São Paulo, vencido pela equipe do Vitória Ideal Clube.
Até 1940, o esporte teve altos e baixos. Nesse ano, jogadores das cidades de Rio de Janeiro e de São Paulo se reuniram para unificar critérios e para aprovar a tradução das regras encaminhando o pedido de oficialização do esporte junto a CBD (Confederação Brasileira de Desporto). Nascia assim, em 1942, a Associação de Ping-Pong, mais tarde rebatizada como Federação de Tênis de Mesa.
Em 1947, o Brasil participou pela primeira vez do Campeonato Sul-Americano. Desde então, o tênis de mesa brasileiro vem disputando todos os torneios continentais e mundiais da modalidade. Atualmente, o jogador com maior destaque é Hugo Hoyama, que já conquistou oito medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos.
Outro atleta com destaque na história do esporte nacional é Claúdio Kano, que ganhou 12 medalhas em Pans, sendo sete de ouro. Cláudio morreu em um trágico acidente de motocicleta em 1996, dias antes de embarcar para a disputa da Olimpíada de Atlanta.
Naquela Olimpíada, o Brasil com Hoyama conseguiu o maior feito até agora no esporte. O mesa-tenista chegou às oitavas-de-final, quando eliminou o campeão mundial Jorgen Persson (Suécia). Em Jogos Olímpicos, porém, é comum os brasileiros não passarem da primeira fase pela forte competição dos asiáticos e europeus. Já no Pan-Americano, o País só perde em tradição para os norte-americanos, que ainda são a maior força da América.
Hoyama e Kano são representantes dos descendentes de orientais que dominaram as seleções brasileiras até a década de 1990. Lígia Silva, Bruno Anjos e, principalmente, Thiago Monteiro foram os primeiros mesa-tenistas sem ascendência asiática a se destacarem no cenário nacional e mundial.
Monteiro diversas vezes já esteve entre os 100 primeiros colocados do ranking mundial e em 2004 chegou a vencer o campeão olímpico de Atenas em uma etapa de Copa do Mundo. No Pan de 2003, o atleta chegou mais longe que Hoyama e ficou com a prata no individual. Nas duplas, os dois uniram força para conquistar o ouro.
Lígia Silva também tem um lugar marcado na história por ter sido a primeira mulher a se classificar para uma chave individual em Olimpíadas. O fato ocorreu em Sydney-2000.