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28/07/2007 - 18h38

Revezamento 4x100 m do Brasil é tricampeão pan-americano

Fernanda Brambilla
Enviada especial do UOL
No Rio de Janeiro

O Brasil conquistou o tricampeonato pan-americano no revezamento 4x100 m. Neste sábado, no estádio João Havelange, o Engenhão, o quarteto formado por Vicente Lenílson, Rafael Ribeiro, Basílio Moraes e Sandro Viana cruzou a linha de chegada em 38s81.

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Sandro Viana (d) fechou o revezamento do Brasil e cruzou a linha de chegada em 1º...
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... para garantir o tricampeonato do time verde-amarelo em Jogos Pan-Americanos
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Na saída da prova, o quarteto se abraçou e cantou. O mais animado após a prova era Vicente Lenílson, o mais experiente do grupo. "Estou com a adrenalina a mil. Antes, tive que esconder a minha tristeza por não ter ido bem nos 100 m rasos, porque sabia que poderia prejudicar o grupo. Mas agora, a maior satisfação é ver a felicidade desses caras", comemorou.

Nos Jogos de Winnipeg-1999, Claudinei Quirino, André Domingos, Raphael de Oliveira e Edson Luciano venceram com 38s18, marca que ainda é recorde do Pan.

Em Santo Domingo-2003, já com Lenílson no lugar de Raphael, o Brasil marcou 38s44. Na pista, o quarteto nacional foi prata, mas herdou o ouro depois que um dos integrantes do time dos Estados Unidos foi flagrado em um exame antidoping. Com isso, os brasileiros ficaram com o ouro.

"São mais de 12 anos de revezamento, então já tenho a manha de entregar o bastão na frente", afirmou Lenílson. "Sabia que a gente tinha chance de ouro, que era só saber conquistar."

Sandro Viana, que fechou a prova, contou que mal conseguiu enxergar devido à chuva. "Não via nada. Não tinha certeza em que posição estávamos. Só vi o Basílio pisando na marca e fui embora. Fui perceber que o ouro era nossa quando ouvi a torcida gritando", disse Viana, enrolado na bandeira brasileira.

Basílio, que dedicou o ouro ao irmão, o ex-atleta Ranieri Moraes, que sofreu um acidente de moto, não conteve as lágrimas. "Essa medalha é pra ele", balbuciou. Basílio disse que a chuva foi um sinal de sorte, já que a equipe estava acostumada a correr com o mau tempo. "Treinamos em São Paulo debaixo de chuva. E hoje, quando começou a garoar, já sabíamos que seria vantagem nossa."

Rafael Ribeiro, o novato do Brasil, que foi o segundo a correr, falou da importância da conquista para a nova geração do atletismo.

A prova deste sábado foi disputada em pista molhada pela forte chuva no Rio de Janeiro. Sandro Viana, que havia sido desclassificado da final dos 200 m nesta sexta-feira, depois de terminar em quarto lugar (ele saiu de sua raia), fechou a prova para o Brasil no revezamento, à frente do Canadá, que levou a prata com 38s87. O bronze foi para os Estados Unidos, com 38s88.

Mulheres decepcionam
No revezamento 4 x 100 m feminino, as brasileiras empataram no quinto, ao lado de São Cristóvão e Névis. O quarteto, formado por Thatiana Ignacio, Lucimar Moura, Thaissa Presti e Luciana Santos obteve 44s14. As vencedoras foram as jamaicanas, com 43s58. A medalha de prata ficou com as norte-americanas, que marcaram 43s62. A equipe de Cuba levou o bronze, com 43s80.

"Com essa chuva toda, não rendemos o que dava", lamentou Lucimar Moura, que apostava em um pódio conjunto após ficar fora da final dos 100 m. "Jamaica e Estados Unidos estão com velocistas muito fortes. No geral, o resultado não foi ruim, porque essa prova é muito forte no Pan. As melhores do mundo estão aqui."

Nos outros revezamentos do sábado, os 4 x 400 m masculino e feminino, o Brasil obteve somente a sexta posição com os homens, e o quinto lugar com as mulheres. A equipe formada por Eduardo Vasconcelos, Sanderlei Parrela, Anderson Santos e Fernando Almeida obteve 3min05s87, e ficou atrás de Bahamas, Estados Unidos e República Dominicana, que levaram ouro, prata e bronze, respectivamente.

No feminino, Maria Laura Almirão, Emmily Pinheiro, Lucimar Teodoro e Josiane Tito marcaram 3min28s89 e ficaram em quinto. Cuba levou o ouro com 3min27s51, seguida por México, medalha de prata com 3min27s75, e Estados Unidos, bronze com 3min27s84.

"Não fomos muito bem na prova, mas o índice foi bom", amenizou Emmily. "Agora temos que pensar no Mundial (em Osaka, no Japão) que vem aí, e usar o tempo que temos para corrigir os erros daqui."