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28/07/2007 - 17h32

Brasil é ouro e bronze nos 3.000 m com obstáculos

Fernanda Brambilla
Enviada especial do UOL
No Rio de Janeiro

O Brasil foi ouro e bronze nos 3.000 m com obstáculos feminino dos Jogos Pan-Americanos. Poderia ter sido ouro e prata, caso a brasileira Zenaide Vieira não tivesse diminuído o ritmo já no final da prova, neste sábado, no estádio João Havelange, o Engenhão.

EFE
Zenaide Vieira (d) passou boa parte da disputa da prova em primeiro lugar ...
EFE
... mas quem conquistou a medalha de ouro inédita para o Brasil foi Sabine Heitling
PERFIL DAS ATLETAS BRASILEIRAS
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FOTOS DO ATLETISMO NESTE SÁBADO
Perto da linha de chegada, a atleta, que tinha a prata praticamente assegurada, desacelerou. E acabou ultrapassada pela mexicana Talis Apud. A vitória foi de Sabine Heitling, com o tempo de 9min51s13, o melhor de sua carreira e que também passa a ser recorde pan-americano, já que a disputa feminina foi realizada pela primeira vez nos Jogos.

Atordoada, Zenaide admitiu que errou pelo cansaço. "Não vi a mexicana. Não tenho o costume de ficar olhando", disse a brasileira. "A prova inteira foi a mesma coisa; eu estava à frente, mas depois do fosso a mexicana me passava. Em seguida, eu me esforçava e recuperava. No fim, não deu tempo de fazer isso de novo."

Zenaide disse que sentiu o esforço a mais exigido pela pista molhada. "Minha perna inchou de tanta força. O último obstáculo decidiu a prova. É uma pena", lamentou a recordista sul-americana.

Já Sabine, realizada, ainda comemorou com a torcida abraçada à bandeira brasileira. Aos 20 anos, ela faz seu primeiro Pan. "Estou muito feliz, não esperava vencer a Zenaide, que é a recordista", comemorou Sabine.

A mexicana anotou 9min55s43 (também o melhor tempo de sua carreira), contra 9min55s71 de Zenaide, atual detentora do recorde sul-americano, com o tempo de 9min46s52, registrado no último dia 2 de junho, em uma competição na Bélgica.

Para o técnico das atletas, Jorge Peçanha, Sabine agora ganha projeção para as competições no exterior. "Agora, ela não é só mais uma brasileira que está começando. É a atual campeã pan-americana. O Pan serviu para 'quebrar o gelo' dela, acostumar com estádio grande, torcida em cima, porque tudo isso assusta quem está começando", disse o treinador.

Gladson Barbosa é o 4º
Na prova masculina dos 3.000 m com obstáculos, o brasileiro Gladson Barbosa obteve a quarta colocação, com 8min40s32, a quatro segundos do medalhista de bronze, o cubano Carlos Alberto Sanchez, que marcou 8min36s07. O vencedor, o norte-americano Josh McAdams, terminou a prova com 8min30s49 para levar o ouro. Seu compatriota, Michael Spence, levou a prata com 8min32s11.

"Foi por pouco. Não consegui manter o ritmo, que estava muito forte. Mas não é desculpa, é mérito dos outros competidores, que estão melhores", afirmou Barbosa.

O outro brasileiro, Celso Ficagna ficou apenas em sexto. "Se eu tivesse conseguido me preparar direito, teria mais chances, mas ainda estou 85%", comentou Ficagna, que se recupera de uma lesão na coxa sofrida há duas semanas. "Com a chuva, segurei o ritmo nas primeiras voltas, com medo de cair. Essa prova exige muita força, mas também equilíbiro."

Para Ficagna, a maior lamentação do fraco desempenho é ter perdido a chance de uma grande exposição na mídia, que ele acredita resultar em maior apoio. "O que mais dói de não levar medalha aqui é a visibilidade que a gente não ganha. Uma boa representação poderia até valer um patrocínio."