Em Mar del Plata-1995 e Winnipeg-1999 foi assim: Danielle Zangrando olhava para a chave de suas luta no Pan, lá estava a cubana Driulis Gonzalez, campeã olímpica e duas vezes vencedora do Mundial, em seu caminho.
No Rio de Janeiro, a história mudou. A medalha também. Após dois bronzes, ela finalmente conquistou o ouro, sem cruzar com nenhuma cubana. Na final, venceu a norte-americana Valerie Gotay.
"Eu sempre pegava a Gonzalez na minha primeira luta e tinha que lutar pelo bronze. Graças a Deus que ela subiu de categoria", brinca Danielle - a cubana, inclusive, foi campeã da categoria até 63 kg, batendo a outra brasileira, Danielli Yuri na final.
Aos 27 anos, o ouro quase não veio. O Rio 2007 será seu último Pan e, após as Olimpíadas de Pequim, ela deve deixar o esporte. "Já me formei em direito, me formo em jornalismo em breve e preciso trabalhar uma hora. Não posso viver do judô pra sempre", avisa a atleta.
O título de Danielle Zangrando foi o terceiro brasileiro no judô do Rio 2007. O combate foi válido pela categoria até 57 kg. Na sexta-feira, Tiago Camilo e Edinanci Silva já tinham conseguido o lugar mais alto do pódio.
Aos 30s de luta, a brasileira conseguiu uma vantagem com um koka por causa de um shido (punição) para a norte-americana. Com técnica e experiência, a judoca administrou e conseguiu o título.
"Cheguei em três finais este ano e perdi as três. Com certeza, isso passou na minha cabeça. Mas não queria ganhar a prata de novo. A vontade que eu tive de me superar foi maior da americana de ganhar. Tenho certeza que o judô feminino vai marcar história neste Pan", disse a campeã.
Uma das brasileiras de maior destaque na modalidade, Danielle começou sua carreira como a primeira do país a conseguir uma medalha em campeonato mundial, em 1995. Um ano depois, ela disputou a sua primeira Olimpíada, mas sem sucesso. No Pan de 1999, porém, a redenção. A medalha de bronze em Winnipeg, no Canadá, foi uma das suas maiores glórias.
A judoca de Santos foi a mais rápida de todos os brasileiros da semifinal. Em apenas 12 segundos, ela despachou a colombiana Yadinis Amaris, em decisão muito discutida pela colombiana. Em seu primeiro combate no dia, a brasileira definiu com quatro punições (quatro shidos) para a haitiana Ange Jean Baptiste.