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21/07/2007 - 15h38

Danielli Yuri perde a final para cubana e fica com a prata

Bruno Doro
Enviado Especial do UOL
No Rio de Janeiro

Perder de campeã mundial não é feio. Quando se perde de uma campeã olímpica, mundial e pan-americana, então, a derrota não é vergonha. Por isso, quando a luta da paulista Danielli Yuri contra a cubana Driulis Gonzalez terminou, a brasileira estava feliz, mesmo derrotada.

Flávio Florido/UOL
Danielli Yuri, feliz, mostra a medalha de prata conquistada na categoria até 63 kg
PERFIL DE DANIELLI YURI
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ZANGRANDO CONQUISTA OURO
GUILHEIRO FICA COM A PRATA
"O currículo dela já diz tudo. Ela não é imbatível, mas eu saí satisfeita porque dei o meu máximo", afirmou a judoca, de 23 anos, que foi elogiada pela cubana: "é uma atleta de futuro". "Ouvir isso da Gonzalez é uma motivação", agradeceu.

Azarona, a brasileira enfrentou duas campeãs mundiais no Rio de Janeiro. Na final, levou duas punições e uma imobilização contra Gonzalez. Na semi, bateu a argentina Daniela Krukower, campeã mundial de 2003.

Lutas contra adversárias favoritas, no entanto, não são novidades na vida dessa japonesinha. Para chegar ao Pan, ela despachou apenas 23 anos, ela derrotou Vânia Ishii, ouro no Pan de Winnipeg-1999 e uma das judocas brasileiras mais famosas.

"Acho que fiz o processo seletivo mais longo da seleção. Eu lutei o Troféu Brasil no ano passado, depois parti para a pré-seletiva. Logo em seguida, em dezembro, veio a seletiva final, na qual eu e a Vânia nos classificamos. Aí fomos para a Europa e depois a Copa do Mundo de Belo Horizonte e só em Minas eu tive certeza que estava dentro", conta.

Antes disso, ela passou toda a sua adolescência no Japão. Enquanto estudava, também treinava judô entre os melhores do mundo. "Eu treinei muito forte no Japão. O circuito colegial lá era em um nível quase profissional e não queria jogar tudo aquilo fora. Treinava de domingo a domingo, sol e chuva eu estava lá. Quando terminei, disse ao meu pai que iria tentar chegar na seleção aqui no Brasil".

Nesse momento, ela teve de fazer um sacrifício: durante um ano, trabalhou como operária em uma fábrica de peças para motores para voltar ao país. "Trabalhei um período, juntei dinheiro, coloquei minha mochilinha nas costas e vim com a cara e a coragem", lembra.

Natural de registro, agora ela espera uma grande festa em sua volta. "O Prefeito prometeu carro de bombeiros. Vou cobrar", disse, sorrindo.