UOL Esporte - Pan 2007
UOL BUSCA

Atletismo (masculino e feminino)

Participam atletas com deficiência física e visual, em provas masculinas e femininas. As provas têm especificidades de acordo com a deficiência dos competidores e se dividem em corridas, saltos, lançamentos e arremessos. Nas provas de pista (corridas), dependendo do grau de deficiência visual do atleta, ele pode ser acompanhado por um atleta-guia (que corre junto ao atleta ligado por uma cordinha. Ele tem a função de direcionar o atleta na pista, mas não devem puxá-lo, sob pena de desclassificação). As competições seguem as regras da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), com algumas modificações que possibilitam ao atleta competir (uso de próteses, cadeira de rodas ou ser acompanhado por um guia), no entanto sem dar-lhes vantagem em relação aos seus adversários.

Arquivo Folha
Ádria Santos, medalhista olímpica, na prova dos Jogos Paraolímpicos de Atenas
A classificação dos atletas consiste em uma categorização que ele recebe em função de seu volume de ação, ou seja, a capacidade de realizar movimentos, colocando em evidencia as potencialidades dos resíduos musculares, de seqüelas de algum tipo de deficiência, bem como os músculos que não foram lesados.

Para provas de campo (arremesso, lançamentos e saltos), são as seguintes classificação: F11 a F13 - deficientes visuais, F20 - deficientes mentais, F31 a F38 - paralisados cerebrais (31 a 34 -cadeirantes e 35 a 38 - ambulantes), F40 - anões, F41 a F46 - amputados e Les autres e F51 a F58 - Competem em cadeiras (seqüelas de Polimielite, lesões medulares e amputações).

Para provas de pista (corridas de velocidade e fundo), são estas as classificações: T11 a T13 - deficientes visuais, T20 - deficientes mentais, T31 a T38 - paralisados cerebrais (31 a 34 -cadeirantes e 35 a 38 - ambulantes), T41 a T46 - amputados e les autres e T51 a T54 - Competem em cadeiras (seqüelas de Polimielite, lesões medulares e amputações).

Basquete em cadeira de rodas (masculino e feminino)

Um dos mais conhecidos no mundo, o basquetebol em cadeira de rodas é praticado por atletas de ambos os sexos, que tenham alguma deficiência físico-motora, sob as regras adaptadas da Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas (IWBF). A principal diferença está na composição das equipes. As cadeiras são especiais com adaptações e medidas padrões que são previstas na regra. A cada dois toques na cadeira, o jogador deve quicar, passar ou arremessar a bola. As dimensões da quadra e altura da cesta são as mesmas do basquete olímpico.

Cada atleta no basquete em cadeiras de rodas é classificado de acordo com seu comprometimento físico-motor e a escala obedece aos números 1, 2, 3, 4 e 4,5. Com objetivo de facilitar a classificação e participação daqueles atletas que apresentam qualidades de uma e outra classe distinta, os chamados casos limítrofes, foram criadas quatro classes intermediárias: 1,5; 2,5; 3,5. O número máximo de pontuação em quadra não pode ultrapassar 14 e vale a regra de quanto maior a deficiência, menor a classe.

Futebol de cinco (para cegos)

Praticado exclusivamente por homens cegos ou deficientes visuais em uma quadra de futsal adaptada. Somente o goleiro tem visão total e ele não pode ter atuado em competições oficiais da Fifa nos últimos cinco anos. Junto às linhas laterais, são colocadas bandas que impedem que a bola saia excessivamente do campo. Cada equipe é formada por cinco jogadores - um goleiro e quatro jogadores de linha e as partidas devem acontecer em locais onde não haja eco.

Arquivo Folha
O futebol de 5 é praticado com bolas que têm guizo. Brasil foi ouro em Atenas-2004
A bola tem guizos internos para que os atletas a localizem. Por isso, a torcida deve permanecer em silêncio durante o jogo e só pode se manifestar no momento do gol. Eles jogam com uma venda nos olhos e tocar na venda é falta. Depois de cinco infrações, o atleta é expulso de campo e pode ser substituído por outro jogador. Há ainda um guia, o "chamador", que fica atrás do gol, para orientar os jogadores, dizendo onde devem se posicionar em campo e para onde devem chutar. As partidas são jogadas em dois tempos de 25 minutos, com um intervalo de 10.

Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B (blind = cego). B1 - Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção. B2 - Jogadores já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 e/ou campo visual inferior a 5 graus. B3 - Os jogadores já conseguem definir imagens. Da acuidade visual de 2/60 a acuidade visual de 6/60 e/ou campo visual de mais de 5 graus e menos de 20 graus.

Futebol de sete (para paralisados cerebrais)

Praticado somente por homens com paralisia cerebral, com seqüelas de traumatismo crânio-encefálico ou acidentes vasculares cerebrais. Segue as regras da Fifa, com adaptações feitas sob a responsabilidade da Associação Internacional de Esporte e Recreação para Paralisados Cerebrais (CP-ISRA). O campo tem no máximo 75 m x 55 m, com traves de 5 m x 2 m e a marca do pênalti fica a 9,20 m do centro da linha de gol.

Cada equipe tem sete jogadores em campo (com o goleiro) e cinco reservas. A partida dura 60 minutos, divididos em dois tempos de 30, com intervalo de 15. Não há regra de impedimento e a cobrança da lateral pode ser feita com apenas uma das mãos, rolando a bola no chão. Todos os jogadores pertencem às classes menos afetadas pela paralisia cerebral, ou seja, são todos andantes.

Os jogadores são distribuídos em classes de 5 a 8, de acordo com o grau de comprometimento de cada um. Durante a partida, o time deve ter em campo no máximo dois atletas da classe 8 (menos comprometidos) e, no mínimo, um da classe 5 ou 6 (mais comprometidos). Os jogadores da classe 5 são os que têm o maior comprometimento motor e, em muitos casos, não conseguem correr. Assim, para esses atletas, a posição mais comum é a de goleiro. Vale lembrar que a paralisia cerebral compromete de variadas formas a capacidade motora dos atletas, mas, em cerca de 45% dos indivíduos, a capacidade intelectual não é comprometida.

Halterofilismo (masculino e feminino)

Os atletas executam um movimento denominado supino, em que ficam na posição deitada em um banco. O movimento começa no momento em que tiram a barra do apoio - com ou sem a ajuda do auxiliar central - deixando o braço totalmente estendido e flexionam o braço descendo a barra até a altura do peito. Em seguida, elevam-na até a posição inicial, finalizando o movimento. Competem nesta modalidade atletas com deficiência física nos membros inferiores ou paralisia cerebral. As categorias são subdivididas pelo peso corporal de cada atleta.

São dez femininas e dez masculinas. O atleta tem direito a três tentativas de realizar o movimento e a de maior peso será validada. Durante a execução do movimento, vários critérios são observados pelos árbitros, como o começo do movimento a partir do sinal sonoro emitido pelo árbitro central, a execução contínua do movimento e a parada nítida da barra no peito.

A classificação neste esporte é definida pelo peso corporal, como no halterofilismo convencional.

Judô (masculino e feminino)

Modalidade exclusiva para cegos e deficientes visuais que disputam juntos respeitando-se as mesmas regras do judô convencional. A vitória pode se dar por "ippon" ou por três diferentes pontuações: o "wazari", o "yuko" e o "koka". Há algumas diferenças básicas para o judô convencional: os lutadores iniciam a luta já com a pegada estabelecida, a luta é interrompida quando os atletas perdem o contato total um do outro, o atleta não pode ser punido ao sair da área de luta e o atleta cego total é identificado com um círculo vermelho de 7 cm nas duas mangas do quimono. A organização do judô paraolímpico é feita pela IBSA - International Blind Sport Federation, que rege o esporte em consonância com a IJF - International Judo Federation e o IPC - International Paralympic Committee.

Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B (blind = cego). Homens e mulheres têm o mesmo parâmetro de classificação. B1 - Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção. B2 - Jogadores já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus. B3 - Os jogadores já conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus.

Natação (masculino e feminino)

Competem atletas com todos os tipos de deficiência - física e visual - em provas que vão de 50 m a 400 m no estilo livre, e 50 m e 100 m no estilo peito, costas e borboleta. O medley é disputado em provas de 150 m e 200 m. As provas são divididas em masculinas e femininas e as regras são do IPC Swimming, organismo responsável pela natação no Comitê Paraolímpico Internacional. As adaptações, em especial, são com relação às largadas, viradas e chegadas. Os nadadores cegos recebem um aviso do "tapper", através de um bastão com uma ponta de espuma, quando estão se aproximando das bordas. A largada pode ser feita da água, no caso de atletas das classes mais baixas, que não conseguem ficar no bloco. As baterias são separadas de acordo com o grau e tipo de deficiência.

As classes sempre começam com a letra S (swimming) e o atleta pode ter classificações diferentes para o nado peito, SB, e o medley, SM. S1 a S10 / SB1 a SB9 / SM1 a SM10 - nadadores com limitações físico-motoras; S11, SB11, SM11 S12, SB12, SM12 S13, SB13, SM13 - nadadores com deficiências visuais (a classificação neste caso é a mesma do judô e futebol de cinco) e S14, SB14, SM14 - nadadores com deficiências mentais.

Tênis em cadeira de rodas

O tênis em cadeira de rodas é jogado nas mesmas quadras do tênis convencional. O esporte segue as mesmas regras com a diferença que a bola pode dar até dois quiques antes de ser rebatida (o primeiro quique deve ser sempre dentro da quadra).As partidas podem ser de simples ou duplas e são sempre disputadas em melhor de 3 sets. O esporte requer dos atletas um alto nível de técnica, velocidade, resistência física, reflexos, precisão e força. A modalidade é disputada nas categorias masculino, feminino, tetraplégicos e juniors.

O único requisito para que uma pessoa possa competir em cadeira de rodas é ter sido medicamente diagnosticado como portador de uma deficiência relacionada com a locomoção, em outras palavras, ele deve ter total ou substancial perda funcional de uma ou mais partes extremas do corpo. Se, como resultado dessa limitação funcional, a pessoa for incapaz de participar de competições de tênis para pessoas sem deficiência física (deslocar-se na quadra com velocidade adequada), estará credenciada para participar dos torneios sancionados pela IWTF.

Tênis de mesa

Participam atletas homens e mulheres com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes. As competições são divididas basicamente entre atletas andantes e atletas cadeirantes. Os jogos podem ser individuais, em dupla ou por equipes e as partidas consistem em uma melhor de cinco sets, sendo que cada um deles é disputado até que um dos jogadores atinja 11 pontos.

Em caso de empate em 10 a 10, vence quem primeiro abrir dois pontos de vantagem. A raquete pode ser amarrada na mão do atleta. A instituição responsável pelo gerenciamento da modalidade é o Comitê Internacional de Tênis de Mesa Paraolímpico (IPTTC). As diferenças das regras são poucas para o tênis de mesa convencional e se fixam basicamente na distância entre os suportes da mesa e os atletas.

Os atletas são divididos em onze classes distintas. Mais uma vez, segue a lógica de que quanto maior o número da classe, menor é o comprometimento físico-motor do atleta. I, II, III, IV, V - atletas cadeirantes; VI, VII, VIII,IX, X - atletas andantes e XI - atletas andantes com deficiência mental.

Voleibol (sentado)

Competem atletas amputados, paralisados cerebrais, lesionados na coluna vertebral e pessoas com outros tipos de deficiência locomotora. Há algumas diferenças para o vôlei convencional: a quadra é menor: 10 m x 6 m contra 18 m x 9 e a altura da rede também é bem inferior à modalidade convencional, tem cerca de 80 cm, já que os atletas competem sentados na quadra. Outra diferença é que no voleibol paraolímpico, o saque pode ser bloqueado. A quadra se divide em zonas de ataque, defesa e neutra (lado de fora do campo de jogo).

É permitido o contato das pernas de jogadores de um time com os do outro, porem não podem obstruir as condições de jogo do oponente. Contatos entre mãos são autorizados se pelo menos uma parte delas estiver em cima da linha central da quadra. Um atacante pode "queimar" a linha de ataque caso sua bacia não a toque até o atleta bater na bola. O contato com o chão deve ser mantido durante todo o jogo, sendo permitido perder o contato somente para salvar bolas difíceis e mesmo assim, por pouco tempo. Cada jogo é decidido em uma melhor de cinco sets e vence cada set o time que marcar 25 pontos. Em caso de empate, ganha o primeiro que abrir dois pontos de vantagem. Há ainda o tie break de 15 pontos. Administrado pela Organização Mundial de Voleibol para Deficientes (WOVD) e pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB).