Data e local de nascimento:
05/01/1977, no Rio de Janeiro (RJ)
Peso/Altura:
96 kg / 1,86 m
Residência:
Rio de Janeiro (RJ)
Categoria:
estilo livre até 96kg
Participações no Pan:
Mar Del Plata-95, Winnipeg-99, Santo Domingo-03 e Rio de Janeiro-07
Campanha no Pan do Rio:
5º lugar
Antoine Jaoude
Com apenas seis meses de idade, Antoine Jaoude deixou o Rio de Janeiro e foi levado pelos pais ao Líbano, no que deveria ser uma viagem breve de reencontro familiar. Mas o ano era 1977, e o país estava sob cessar-fogo. Os aeroportos foram fechados e o retorno foi adiado devido à guerra civil, que recomeçaria dois anos depois. Foi no exílio forçado em Beirute que Antoine conheceu a luta.
Seu primeiro contato com o esporte, no entanto, foi tímido. "Comecei vendo pela TV. Lá, o esporte é muito divulgado, aparece bastante", diz. "Achei legal e comecei a brincar com os meus amigos." Na volta ao Brasil, quase 13 anos depois, uma de suas primeiras providências foi se matricular em uma academia, onde praticava boxe-tailandês. "Foi lá que eu conheci o Beto [Leitão, seu treinador até hoje] e comecei a treinar de verdade", lembra.
Sua carreira só deslanchou em 1995, após uma decepção que sofreu nos Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata-95. "Era inexperiente, tinha 18 anos e quando vi, só precisava ganhar uma luta para ir para a Olimpíada de Atlanta, no ano seguinte", explica. "Perdi para um cara de 30 anos e esse resultado me fez começar a levar a luta mais a sério."
As desilusões, aliás, marcaram boa parte da trajetória do lutador. Em 1999, novamente em um Pan, no Canadá, novo fracasso. "Perdi minha última luta só por um ponto e por isso não fui para a Olimpíada de Sydney", lamenta ele, que chegou a ficar 10 anos invicto no Brasil.
O começo da reviravolta não poderia acontecer em outra competição. Em Santo Domingo-03, Jaoude ganhou a terceira medalha da luta para o Brasil em Pans, a terceira de prata. Classificado para Atenas, o único brasileiro da modalidade enfrentou de cara um campeão mundial e um vice-campeão olímpico, e foi eliminado com apenas duas lutas.
As expectativas eram ainda maiores para o Pan do Rio de Janeiro. Entretanto, Jaoude perdeu sua primeira luta e foi para a disputa do bronze na repescagem. Porém, uma ruptura parcial no bíceps o impediu de entrar na luta, terminando sem medalhas na 5ª colocação.
Jaoude, que já fez bicos como intérprete e guia turístico por conhecer cinco idiomas - além do português, fala inglês, francês, árabe e espanhol, herança de sua infância - concilia a luta olímpica com o vale-tudo, onde ganha dinheiro para sustentar sua família e bancar suas eventuais viagens ao exterior para treinar.