Lesão atrapalha brasileiro e faz judô perder a primeira medalha do Pan
Bruno Doro
Do UOL, em Toronto (CAN)
Alex Pombo entrou no Pan como favorito, foi surpreendido na semifinal e deixa a competição como o primeiro judoca brasileiro sem medalha. Com uma lesão na perna direita, o brasileiro sofreu diante do canadense Arthur Margelidon e foi derrotado na disputa pelo bronze.
"Estralou meu joelho direito. Já estava com o outro joelho ruim e não consegui apoiar mais", disse Pombo ao Sportv, explicando o problema.
Antes da derrota de Pombo, o Brasil tinha subido ao pódio com os ouros de Érika Miranda e Charles Chibana, a prata de Felipe Kitadai e os bronzes de Nathalia Brígida e Rafaela Silva. Com isso, caiu a meta imposta pela CBJ (Confederação Brasileira de Judô), que queria medalha em todas as categorias.
Para Pombo, o resultado é especialmente frustrante porque ele esperava o ouro. Representante do Brasil nos leves (até 73 kg), ele é herdeiro de nomes como Leandro Guilheiro em uma das categorias mais vitoriosas do judô nacional.
Até hoje, o peso já rendeu 12 medalhas para o Brasil em Jogos Pan-Americanos. Só em uma edição que contou com judocas do Brasil a categoria não subiu ao pódio: em 1963, no Pan de São Paulo. Desde o primeiro Pan de Winnipeg, em 1967, um brasileiro sempre aparece no pódio – menos em 1971, quando o país não disputou o judô.
Titular do Brasil desde 2013, após Leandro Guilheiro e Vitor Pennalber subirem de peso, Pombo se tornou uma potência regional dos 73kg. Ele é bicampeão do Campeonato Pan-Americano (que não é o mesmo que os Jogos Pan-Americanos) e, em 2013, foi eleito o melhor atleta do campeonato em todos os pesos.
A categoria, nas Américas, porém, não tem muita representatividade no cenário mundial. Pombo, em 12º, é o melhor da região no ranking mundial. Em Toronto, ele caiu de forma polêmica contra o argentino Alejandro Clara na semifinal. Faltando menos de um minuto para o fim do combate, a arbitragem empatou o confronto aplicando uma punição no rival do brasileiro. A 12 segundo do fim, porém, voltou atrás e acabou definindo a vitória de Clara.
"É complicado em uma luta de judô, faltando 12 segundos, ele tirar um shido [punição]. Eu sei que ele merecia a punição, mas preciso rever a luta. Senti que a arbitragem acabou pecando um pouquinho em cima disso", disse Pombo.