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24/07/2007 - 17h07

Equipe sub-22 dos EUA leva ouro na despedida de Janeth

Giancarlo Giampietro
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

Na despedida da ala Janeth, 38, das quadras, as garotas sub-22 dos Estados Unidos prevaleceram. A seleção norte-americana bateu a brasileira por 79 a 66 e conquistou a medalha de ouro no basquete feminino do Pan pela primeira vez em 20 anos.

CENAS DA VITÓRIA DOS EUA
Flávio Florido/UOL
Armadora Adrianinha tenta passar pela marcação dos EUA na final desta terça
Flávio Florido
Veterana Janeth celebra ponto em
sua partida de despedida do basquete
Flávio Florido/UOL
Janeth chora ao final da partida que marcou o encerramento de sua carreira
IMAGENS DA FINAL BRASIL x EUA
TÉCNICO BARBOSA SE DESPEDE
PRÉ-OLÍMPICO SEM ADRIANINHA
CUBANAS FICAM COM O BRONZE
A SELEÇÂO FICOU DEVENDO NO PAN?
A Arena Multiuso do Rio não estava completamente lotada nesta terça-feira, mas recebeu um bom público, que fez muito barulho e deu grande apoio na tentativa do Brasil de voltar ao ponto mais alto do pódio dos Jogos desde Havana-1991.

Janeth começou bem o duelo, mas se desgastou ao encarar um duro teste em sua despedida. Ela enfrentou jogadoras até 17 anos mais novas e quatro centímetros mais altas, além de mais fortes. Terminou com 14 pontos e saiu aplaudida, chorando no meio da quadra, agradecendo aos torcedores.

"Fico um pouco chateada, pois, desde o início do trabalho, havia visualizado ganhar o ouro, mas pelo menos veio uma medalha. Chegou uma hora que elas atiravam para cima, e a bola caía. Elas fizeram cestas que não haviam feito durante todo o campeonato, foi sacanagem", afirmou a ala, em tom de brincadeira depois de admitir sentiu cansaço no final do duelo. Foi sua quinta partida em cinco dias - ela teve média de 32min58s por jogo e foi a terceira principal pontuadora do torneio, com 17,2.

Promovida à equipe titular no lugar de Karen, Micaela foi uma das poucas da seleção brasileira capaz de superar fisicamente as adversárias. Ela usou sua velocidade e capacidade atlética para se infiltrar e causar estragos na defesa adversária e marcou 21 pontos. Sua média final foi de 17,4 pontos, atrás apenas da colombiana Yaneth Arias (19,8).

Mas sua exibição foi insuficiente para a seleção. Mesmo com uma equipe de universitárias, as norte-americanas se comportaram como um time adulto, forte fisicamente, que disputou cesta a cesta a medalha de ouro. O destaque do jogo foi a armadora Mattee Ajavon, que destroçou a marcação brasileira no último quarto e terminou com 27 pontos, sendo que 24 deles foram anotados no segundo tempo.

"Não foi o Brasil que perdeu, mas os Estados Unidos que ganharam. Elas jogaram bem. Individualmente elas assumiram o conttrole do jogo e fizeram duas bolas de três pontos ao final do cronômetro que acabaram com o jogo", afirmou o técnico Barbosa.

O jogo
As duas partidas usaram marcação individual durante grande parte do primeiro tempo. Desta forma, prevaleceu no ataque muito mais que a habilidade de cada jogadora do que sistemas táticos.

Dessa forma, ficou evidente a disparidade de elenco entre as duas equipes. Do lado brasileiro, apenas quatro jogadoras pontuaram nos primeiros 25 minutos de jogo, especialmente com Micaela, Janeth e Adrianinha (juntas, elas fizeram 30 dos 34 pontos da equipe na primeira metade). Enquanto as norte-americanas tinham oito atletas com pelo menos uma cesta.

Os outros pontos da equipe saíram das mãos de Kelly (quatro) e da ala-pivô reserva Tatiana Conceição (três). Destaque do time na vitória sobre Cuba nas semifinais, a pivô recebeu atenção especial da marcação e teve pouco para operar debaixo da tabela, já que as defensoras de perímetro estavam instruídas a se aproximarem do garrafão quando a jogadora fosse acionada.

Já Êga, Karen e Mamá foram afetadas pela pressão da decisão. Ainda assim, a seleção venceu o primeiro tempo por 34 a 33, depois de ter perdido o primeiro quarto por 18 a 17. O jogo foi parelho, e o máximo que a equipe de Barbosa conseguiu abrir foi vantagem de cinco pontos na metade segundo período.

No segundo tempo, os Estados Unidos voltaram com uma defesa em zona 2-1-2, fechando ainda mais o garrafão e pedindo para a seleção arriscar suas bolas de três pontos. Demorou um pouco para elas caírem. Mas quando vieram, foi em momento crucial.

A equipe norte-americana tinha vantagem de quaro pontos (44 a 40) começava a anular a ofensiva brasileira. Até que em dois ataques seguidos Tatiana Conceição e Adrianinha converteram os arremessos de longa distância para recuperar a liderança do placar. Os times trocaram cestas até o fim do quarto, quando, a 50s do fim cronômetro, Adrianinha soltou mais uma bomba dos três que levou o marcador a 53 a 49.

Os Estados Unidos, porém, tiveram um ótimo início ofensivo de quarto período. Em menos de dois minutos, passaram à frente com 56 a 55. A 5min55s do fim, embaladas, as jovens atletas abriram a maior diferença do jogo até então: 63 a 56, lideradas pela armadora Ajavon, mais veloz que Adrianinha.

Aos poucos, as norte-americanas executaram jogada após jogada, silenciaram o ginásio e forçaram Janeth a se despedir com a prata.