As brasileiras Márcia Narloch, 38, veterana de maratonas, e Sirlene Pinho, 31, apenas em sua terceira prova de 42,195 km, haviam combinado uma estratégia para a maratona feminina do Pan, neste domingo. Mas a iniciante se empolgou na metade da prova e pôs o trabalho de conjunto abaixo.
"Eu queria correr com uma estratégia, mas ela não ouviu. Às vezes é bom ouvir os mais experientes", afirmou Narloch em entrevista coletiva ao lado de Sirlene, que sorriu. "Mas esse é mais um aprendizado para ela, que a maratona é uma prova para você crescer no fim."
As duas atletas correram próximas na primeira hora de prova, até que Sirlene resolveu apertar o ritmo. Na marca da meia maratona, ela tinha vantagem de 36 s para a cubana Mariela González. Aos 30 km, a adversária já se preparava para ultrapassá-la. Aos 32 km, ela passou a sentir dores na coxa esquerda e ficou para trás. Até mesmo Narloch a superou.
"Quis decidir já no começo, fui precipitada e acabei cansando. Não deu, mas espero que esteja em outros Pans e que possa ganhar a medalha de ouro. Preciso ainda aprender muito com a Márcia", afirmou a fundista.
González, por sua vez, afirmou que não conhecia o percurso no Rio de Janeiro e que "nunca procura conhecer". "Preferi correr progressivamente, me controlando em relação ao ritmo das adversárias", afirmou.
Velha conhecidaEste não foi o primeiro confronto de Narloch com a cubana González. As duas já haviam se cruzado nos últimos dois Jogos Pan-Americanos - Winnipeg-1999 e Santo Domingo-2003.
Na edição canadense, as duas competiram nos 10.000 m de pista. Nenhuma delas foi medalhista, mas Márcia superou a rival - sexto lugar contra o oitavo. Na República Dominicana, já na maratona, a brasileira conquistou o ouro e a cubana, a prata. "Pena que agora isso inverteu", afirmou a veterana.