Pan pode marcar despedida de Narloch das maratonas

A medalha de prata do Pan-Americano pode ter marcado a despedida da veterana Márcia Narloch, 38, das maratonas. A atleta lida com uma lesão crônica no nervo ciático há quatro anos e não conseguiu se preparar de modo adequado para a prova que tem percurso de 42,195 km.

"Para uma pessoa da minha idade, treinar com dores o tempo todo não é saudável. Essa lesão já me tirou de uma São Silvestre, da Maratona de São Paulo no ano passado e quase me tirou do Pan", afirmou a atleta, que defendia o título. "Então vou esperar o final do ouro para me decidir. Já fiz muita coisa pelo atletismo brasileiro."

A atleta catarinense radicada no Rio de Janeiro planejava encerrar sua carreira após a participação nos Jogos, especialmente se subisse ao pódio. Mas, devido às pressões por patrocinadores, ela ainda deve cumprir o calendário brasileiro de provas de longa distância no segundo semestre.

A atleta conta que as dores se intensificaram há cerca de 15 dias. Desde então, teve de diminuir a intensidade de seus treinamentos - correu apenas 30 minutos por dia. "Pensei que não ia nem poder largar. Há sete dias eu pensei em desistir, mas o Filé [o técnico Jorge D'Agostines] me convenceu a não desistir."

Narloch se alinhou para a largada na praia de São Conrado "insegura". "Não imaginava que poderia ir até o fim, muito menos ganhar medalha. Mesmo durante a prova eu estava mais para parar do que terminar. Mas maratona é sempre cheia de surpresas, você sempre aprende alguma coisa. Essa medalha para mim é mais que ouro e ela é 70% do Filé e 30% minha."

Além do título em Santo Domingo-2003, Narloch teve um quarto lugar na Maratona de Nova York e um quinto na Maratona de Berlim no ano passado como principais resultados. Foi bronze na São Silvestre de 2004.

Calendário completo Locais de competição