O Brasil obteve aproveitamento de 50% no primeiro dia de finais da natação nos Jogos Pan-Americanos. Nas quatro provas disputadas na manhã desta terça-feira, no Parque Aquático Maria Lenk, o país conquistou duas medalhas de ouro - com Thiago Pereira nos 400 m medley, e no revezamento 4x200 m livre.
Confirmando seu favoritismo, Thiago Pereira venceu com facilidade a prova que é sua especialidade, os 400 m medley, e a primeira das sete provas que o nadador disputará no Pan.
Com 4min11s44, Thiago ficou seis segundos à frente do segundo colocado, o norte-americano Robert Margalis, que anotou "apenas" 4min17s52. A marca é o novo índice sul-americano e pan-americano da prova. O brasileiro, que já tem cinco índices olímpicos, só confirmou sua vaga em Pequim.
"Não poderia ser melhor. Hoje venci a minha prova, e fechar com essa segunda conquista, que foi ainda mais emocionante", comentou Thiago, que preferiu não fazer metas para a competição. "Agora essas provas ficaram para trás. Não quero ficar pensando no número de provas, estou focando uma coisa de cada vez, uma prova de cada vez." Esta foi a primeira vez que o Brasil leva a medalha de ouro no revezamento nos Jogos Pan-Americanos.
Na prova equivalente feminina, no entanto, a boa fase do Brasil deu um respiro. Joanna Maranhão não segurou a argentina Georgina Bardach, e ficou com a quarta colocação. Mesmo fora do pódio, Joanna se disse satisfeita por ter, enfim, baixado seu tempo.
"Acho que nadei bem, e estou confiante de conseguir a vaga para Pequim", disse a nadadora, que saiu sorridente da prova. "Fui quarta, mas estou feliz, porque senti que estou voltando bem, e que posso melhorar ainda mais. Ainda dá tempo."
Mas o Brasil teria que esperar a última prova do dia para o segundo ouro, já que as mulheres mantiveram o jejum de medalhas nos Jogos. Se ontem Flávia Delaroli já obteve índice olímpico nos 50 m livre, Monique Ferreira decepcionou nos 400 m livre, e obteve uma apagada quinta colocação.
Finalmente, no revezamento masculino, a equipe formada por Thiago Pereira, Rodrigo Castro, Lucas Salatta e Nicolas Oliveira levou o ouro ao desbancar os Estados Unidos, e bateu com folga o recorde sul-americano da prova ao marcar 7min12s17. Os norte-americanos, até então imbatíveis, chegaram em segundo, com 7min15s00. O Canadá, com 7min17s73, completou o pódio.
O grande destaque, no entanto, não foi Thiago Pereira, que abriu os 200 m iniciais, mas Nicolas Oliveira, que fez sua estréia nos Jogos. Pereira terminou a dois décimos dos norte-americanos; a vantagem se manteve com Castro, que terminou sua passagem quatro décimos atrás.
Salatta entrou na piscina com quase cinco décimos de desvantagem, e deu início à recuperação brasileira. Ao término dos seus 200 m, o Brasil baixou três décimos da diferença, e coube a Oliveira acelerar para igualar o tempo dos EUA e ainda assegurar a vitória de virada, com dois décimos à frente.
"A torcida foi nosso quinto homem", disse Nicolas, que mora em Arizona, nos Estados Unidos, e ficou amocionado ao ver os pais na primeira fila da arquibancada. "Fazia um ano que não os via. Essa torcida é maravilhosa, a gente sentia a vibração de dentro d´água. Se não estivéssemos em casa, não acredito que faríamos a mesma coisa."