País acelera na pista com atletismo e reggae
Terceiro país anglofônico mais populoso das Américas, depois dos Estados Unidos e do Canadá, a Jamaica é a terra natal de Bob Marley, embaixador mundial do reggae, e também o berço da doutrina rastafári. As duas manifestações estão fortemente ligadas à identidade negra, que formou a nação como ela é conhecida atualmente – 90% da população jamaicana é constituída por negros.
Os primeiros habitantes da ilha foram os aruaques, um povo indígena que deixou de existir com a chegada dos colonizadores europeus. Inicialmente, os espanhóis ocuparam o território, mas os britânicos passaram a dominá-la em 1655.
A mão-de-obra escrava africana levou a Jamaica ao posto de maior exportador mundial de açúcar até meados do século 19. Neste mesmo período, a população de negros aumentou a ponto de chegar a ser vinte vezes maior que a de brancos, o que deu origem a conflitos em busca da independência. A escravidão foi abolida em 1834, e a ilha tornou-se independente em 1962.
Antes da independência, contudo, a Jamaica se uniu a outros dez colônias caribenhas do Reino Unido para formar a Federação das Índias Ocidentais. Mas a união caribenha durou pouco e, em 1961 a idéia foi abandonada. Os primeiros a saírem do bloco foram exatamente os jamaicanos, que estavam insatisfeitos com sua condição diante dos outros países – distância territorial e econômica. Com a retirada do país, os demais não tiveram forças para continuar.
Neste meio tempo, foi realizado o Pan-Americano de Chicago-1959, e todas as medalhas conquistadas pelos representantes da federação foram computadas para a Jamaica (2 ouros, 4 pratas e 8 bronzes). Os atletas jamaicanos contribuíram muito para as conquistas, já que o maior número de medalhas veio do atletismo, um dos esportes mais fortes da ilha até hoje.
Uma das maiores estrelas do atletismo jamaicano é a velocista Merlene Ottey, a primeira mulher do país a conquistar uma medalha olímpica, nos Jogos de Moscou-1980. Em 2002, ela passou a defender a Eslovênia, onde mora e treina desde 1998.
No Pan de Santo Domingo-2003, o atletismo também foi o forte da Jamaica, rendendo três das quatro medalhas de ouro. Germaine Mason venceu o salto em altura, Brigitte Foster, os 100 m com barreiras, e o revezamento 4x400 m masculino também subiu ao ponto mais alto do pódio.
De lá pra cá, os atletas não perderam a força, especialmente no revezamento masculino, que ganhou espaço inclusive sobre o Brasil. No Mundial de Helsinque-2005, a Jamaica foi bronze no 4x400 m, ficou em quarto no 4x100 m e levou prata e bronze nos 100 m com barreiras. O segundo lugar foi para Delloreen Ennis e o bronze ficou com Brigitte.
Brigitte Foster-Hylton é uma das estrelas jamaicanas. Antes do bronze em Helsinque, ela havia sido prata no Mundial de Paris-2003, sendo eleita a melhor atleta daquele ano em seu país. Em 2006, ela venceu sua prova nos Jogos Commonwealth e terminou a temporada em terceiro lugar no ranking mundial.
Já a relação dos jamaicanos com o esporte mais popular do mundo, o futebol, teve seu auge em 1998, quando os “reggae boys” (como são conhecidos os integrantes da seleção nacional) conseguiram se classificar para a Copa da França. Foi a primeira vez que o time de uma nação do Caribe de língua inglesa conseguiu tal feito. A única vitória do time no Mundial foi sobre o Japão, por 2 a 1.