Atletas do remo que vão ao Pan caem no antidoping e podem perder competição
Dani Blaschkauer e Fábio Aleixo
Do UOL, em São Paulo
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Eric Feferberg/AFP
Kissya Cataldo já foi pega em exame antidoping antes da Olimpíada de Londres
Duas atletas brasileiras convocadas para defender a equipe brasileira de remo nos Jogos Pan-Americanos de Toronto foram flagradas em exame antidoping realizado pela Confederação Brasileira de Remo (CBR) durante as seletivas nacionais e podem ser cortadas do time antes mesmo do embarque para o Canadá, marcado para o próximo sábado.
O UOL Esporte apurou que uma das atletas é Kissya Cataldo, de 33 anos, e que compete no skiff simples. O nome da outra remadora ainda é desconhecido e mantido em segredo pela CBR. Uma terceira atleta, que não vai ao Pan, também caiu no teste conduzido em parceria com a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD).
A CBR ainda trata o caso em sigilo, evitando tecer muitos comentários sobre o assunto e informar o nome das substâncias presentes nas amostras das atletas. De acordo com o presidente da entidade, Edson Altino Junior a cautela se dá pois os resultados dos exames só foram conhecidos nesta semana e as atletas ainda poderão pedir a contraprova e apresentarem suas defesas, como por exemplo alguma receita médica que justifique o uso das substâncias.
"Todos os anos fazemos estes exames e realmente tivemos estes casos positivos, mas não quero nem falar em nomes ainda. O que possso dizer é que neste momento nenhuma atleta ainda foi suspensa. Vamos esperar elas se manifestarem e fazerem suas explicações. Então consultaremos nosso departamento jurídico para saber os próximos passos. Acredito que até sexta-feira tenhamos uma posição e tudo fique mais esclarecido", disse Altino Junior ao UOL Esporte.
"Temos de ser muito cuidadosos neste momento e permitir o direito de ampla defesa destas atletas", completou.
Esta não é a primeira vez que Kissya é flagrada em um exame antidoping, o que poderá aumentar sua pena caso ela seja considerada culpada. Em 2012, ela foi impedida de competir na final C do skiff simples (após se classificar nas eliminatórias) nos Jogos Olímpicos de Londres pois em um teste feito no Brasil antes da ida para Inglaterra, ela testou positivo para a substância eritropoietina (EPO). Ela foi imediatamente cortada da delegação pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e obrigada a sair da Vila Olímpica. Uma contraprova, dias mais tarde, ratificou a violação. Por causa deste problema, foi demitida pelo Flamengo, clube que defendia.
Naquela época, ela foi suspensa por dois anos pela Agência Mundial Antidoping (Wada). Se ela for condenada agora, estará automaticamente impedida de competir na Olimpíada do Rio de Janeiro e pegará quatro anos de gancho.
Até a publicação desta reportagem, o UOL não conseguiu entrar em contato com Kissya.
*Colaborou Guilherme Costa, do Rio de Janeiro