Data e local de nascimento:
19/10/1969, em Santa Clara (CUB)
Peso/Altura:
70 kg / 1,79 m
Residência:
Vitória (ES)
Prova:
Quatro sem leve
Participações no Pan:
Indianápolis-1987, Havana-1991, Mar del Plata-1995 e Rio de Janeiro-2007
Campanha no Pan do Rio:
Quarto lugar
Alexis Mestre
Em 1991 Alexis competiu os Jogos Pan-Americanos em casa e em 2007 também. Não é tão curioso quando se sabe que o cubano se naturalizou brasileiro em 1998, quando se mudou para o Espírito Santo para competir por um clube local. O sotaque permaneceu, mas Alexis garante que agora é brasileiro.
O esporte que lhe deu a chance de vir para o Brasil, porém, ele aprendeu em Cuba, cujo sistema escolar permite a formação de atletas desde pequenos. Começou com 12 anos e aos 18 anos foi para a seleção do país de Fidel. Competiu, então o Pan de 1987, em Indianápolis, o de 1991, em Havana, e o de 1995, em Mar del Plata. Foram três ouros seguidos, uma prata e um bronze.
Alexis mostrou que tinha potencial e no ano seguinte conseguiu classificação para os Jogos Olímpicos de 1996, em Atlanta. Na cidade norte-americana o cubano também desempenhou um bom papel. Ficou em sexto.
Tantos bons resultados atraíram o presidente da Confederação Brasileira de Remo que resolveu fazer a proposta para Alexis se naturalizar brasileiro. A proposta veio em boa hora, em 1998 ele viera ao Brasil para treinar, mas não estava satisfeito com o pagamento. "Em Cuba, 75% do meu salário ia para o governo e 25% para mim". Assim, não foi difícil aceitar a proposta. Quem não gostou foram os familiares, que ficaram em Cuba. "No início minha família ficou meio triste, mas depois eles entenderam e agora irão torcer pelo Brasil".
Porém não foi fácil se tornar brasileiro e sair competindo. Alexis tinha um contrato com o governo cubano de que até 2005 defenderia o país de origem. "Eles fizeram valer o contrato e fiquei alguns anos sem poder competir".
Este Pan teve gosto de volta para o experiente Alexis. E foi durante as competições que ele encontrou os antigos técnicos e alguns atletas amigos que não via desde que se tornou brasileiro. Sobre o reencontro não sabia como ia ser. Chegou a afirmar antes da prova: "O patriotismo é maior: "Sei que quero chegar na frente". Porém foi justamente para os cubanos que o barco brasileiro perdeu por apenas quatro centésimos. Alexis até poderia estar naquele barco, mas agora este remador não é mais cubano.