Data e local de nascimento:
02/05/1971, em Palotina (PR)
Peso/Altura:
58 kg / 1,63 m
Residência:
São José dos Pinhais (PR)
Prova:
20 km marcha atlética
Participações no Pan:
Rio-2007
Campanha no Pan-2007:
Quarto lugar
Tânia Spindler
A paranaense Tânia Spindler foi a melhor brasileira na prova dos 20 km da marcha atlética, terminando em quarto lugar, com o tempo de 1h42min15. Mas, por pouco, ela não teria nem participado dos Jogos do Rio.
Para conseguir se classificar, ela contou com uma ajuda do futebol. Desanimada com a ausência de retorno financeiro com o atletismo, a atleta decidiu, no final do ano passado, abandonar o esporte. Ficou 46 dias parada e engordou 6 kg. Até receber uma "cobrança" do primo Jader, o Baré, centro-avante do Gamba Osaka, do Japão.
"Como o Mundial de atletismo vai ser em Osaka, ele disse que a gente ia se encontrar lá", conta a marchador. "Quando eu disse que não ia, ele não aceitou. Perguntou o que eu precisava para voltar a treinar. Eu disse que precisava de tênis. Como ele é patrocinado por uma marca, me deu logo dois. Agora, eu só uso tênis importado", comemora.
"A gente começou no esporte mais ou menos na mesma época e sempre disse que, quando um desanimasse, o outro ajudaria. Agora ele me ajudou não apenas na parte financeira, mas me deu apoio psicológico, que é o mais importante", completa.
Motivada pelo primo bem-sucedido, Tânia decidiu que buscaria um lugar no Pan. No dia 1º de maio, competindo na Itália, ela conseguiu a marca que a colocou na delegação para os Jogos, 1h37min54, que também é índice B para o Mundial de Osaka, marcado para agosto.
Assim, mesmo terminando na segunda colocação no Troféu Brasil, última seletiva para o Pan, com um tempo bem mais alto (1h41min31), a paranaense não perdeu a vaga. Depois da prova, no dia 21 de junho, ela dedicou sua conquista ao pai, Chico.
"Às vezes eu me sinto sem lugar. Acho que seria importante ter uma identificação com a cidade. Eu moro há seis anos em São José, e a gente tinha uma escolinha de atletismo lá, mas, com a mudança de administração, o projeto acabou", lamenta a atleta, que conseguiu patrocínio da prefeitura de Timbó.
Formada em Educação Física, Tânia começou no atletismo ao lado da irmã gêmea Maria Cristina. "Os juízes ficavam loucos, porque a gente usava a mesma roupa, o mesmo corte de cabelo", lembra. Aos 13 anos, elas iniciaram direto na marcha, o que não é muito comum no país, mas é uma regra em Santa Catarina. O início já foi com influência do professor Irineu, que buscava alunos para competições escolares. Mais tarde, ele se tornaria marido e treinador da atleta.
O casal tem duas filhas. A mais velha, Carolina, nove anos, já fez uma prova de marcha de 2 km. "Elas gostam de esporte no geral, não vou obrigá-las a escolher isso como carreira, mas acho importante ter uma cultura de saúde", afirma a mãe de Carolina e Maria Vitória, dois anos.