No vôlei, Estados Unidos ameaçam cada vez mais sonho do tri em 2016

Fábio Aleixo

Do UOL, em Toronto (CAN)

Em entrevista ao UOL Esporte em abril, o técnico da seleção feminina de vôlei José Roberto Guimarães fez um alerta: "Vejo os Estados Unidos à frente dos demais, tanto que foram campeões mundiais (no ano passado na Itália). Eles têm muita opções. É um grupo diferente, concentrado e focado. Eles nunca ganharam uma Olimpíada no feminino, mas no Rio serão finalistas".

E o que aconteceu neste fim de semana em Omaha (EUA) e Toronto (CAN) mostra que o fantasma americano começa a assustar cada vez mais a seleção brasileira. A pouco mais de um ano para a Olimpíada, os Estados Unidos se colocam de fato como o time a ser superado.

Foram dois títulos em pouco menos de cinco horas. O primeiro foi o do Grand Prix. Com uma vitória por 3 a 0 sobre o Brasil garantiram o primeiro lugar do pódio com uma rodada de antecedência. Os 3 a 0 foram repetidos sobre o time verde-amarelo na decisão do Pan. A Toronto, os Estados Unidos mandaram uma equipe B.

"Pesando hoje e para a Rio-2016 realmente é o time que mais preocupa. Os Estados Unidos têm mais de 40 jogadoras e todas elas conseguem manter o mesmo nível", disse Camila Brait, líbero da equipe que ficou com a prata no Canadá.

"Não é o único time que nos preocupa, mas com certeza é o que mais preocupa. Os Estados Unidos são uma potência. Sempre fizemos jogos de igual para igual. Ganhamos bastante, mas agora são elas que estao ganhando", completou Fernanda Garay.

"Os Estados Unidos estão sim um passo à frente e vejo eles chegando muito forte no Rio. É uma seleção que conta com um plantel enorme de jogadoras de qualidade", ratificou a central Adenízia.

As derrotas nas duas últimas finais olímpicas - 2008 e 2012 - ainda pesam para as americanas. Mas elas acreditam que com um trabalho duro não apenas nas partes técnicas e táticas, como também mental, poderão chegar ao objetivo desejado.

"Temos excelente jogadoras veteranas e outras jovens vindo para somar. Nós trabalhamos muito duro todos os dias, seja na parte técnica ou mental. Não sabemos quem vai estar na Olimpíada, mas tenho certeza que conseguiremos um grande resultado", afirmou a líbero dos Estados Unidos Natalie Hagglund.

Até o momento os Estados Unidos ainda não têm vaga assegurada na Olimpíada. Mas não devem ter muitas dificuldades para carimbar o passaporte para o Rio. Na Copa do Mundo do Japão, a partir de 22 de agosto, precisarão ficar entre as três primeiras colocadas. Caso não consigam, terão uma nova oportunidade no Campeonato da Norceca, em 2016. Se tudo der errado, a última chance será na repescagem mundial, também no próximo ano.

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