Caçula da seleção vibrou com campeões pela TV. Agora joga ao lado deles
Fábio Aleixo
Do UOL, em Toronto (CAN)
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Gaspar Nóbrega/Inovafoto
Léo Meindl em ação com a seleção brasileira contra a Venezuela
Em 2007, quando o Brasil conquistou o título do torneio de basquete dos Jogos Pan-Americanos pela última vez, Leonardo Meindl tinha apenas 14 anos e acompanhava as disputas pela televisão. Viu Marcus Toledo e JP Batista ajudarem a seleção a conquistar o terceiro título seguido.
Oito anos depois, com 22, é o ala titular do time nacional em Toronto e está podendo atuar ao lado daqueles que acompanhou à distância, sentado em frente à uma televisão em Franca (SP), sua cidade natal e onde começou a jogar basquete.
"Eu sempre tinha muita vontade de acompanhar a seleção, mas não tive oportunidade de ir para o Rio de Janeiro. Não me lembro de todos os resultados, nem como foram todos os jogos. Mas lembro que vi as partidas e que fiquei muito feliz com a conquista. Poder estar aqui é a realização de um sonho para mim, uma sensação muito boa. Estava pensando nisso antes da nossa estreia", disse Léo, que é o mais novo entre os 11 atletas que defendem a seleção no Canadá.
"Eu procuro não falar muito para o Marcus e para o JP que eu estava vendo pela TV para não ficarem me zoando de novato aqui (risos)", disse o ala de 1,98m.
Apesar de a seleção não estar completa no Pan, assim como seus adversários, Léo vê na competição uma grande oportunidade para começar a cavar o seu espaço na equipe que vai disputar a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016 - a vaga olímpica ainda depende de confirmação da Federação Internacional de Basquete.
"Estar neste Pan pode me ajudar muito nesta fase de transição que tenos até a Olimpíada. Procuro pensar no presente e fazer um bom trabalho. Quero também estar no Pré-Olímpico (a partir de 31 de agosto no México). Estou buscando meu espaço, mas sei que também existem outros grandes jogadores", disse o jovem que só havia defendido a seleção adulta no Campeonato Sul-Americano de 2014.
Léo também vive um momento de mudanças em sua carreira. Depois de defender Franca desde quando tinha nove anos e já estava nas categorias vai jogar pelo rival Bauru a partir da próxima temporada.
"Meu contrato acabou em Franca e todos sabem das dificuldades financeiras de lá. Estava buscando um time para disputar títulos, quero isso para mim. Acabei acertando com Bauru uma semana antes de viajarmos para o Canadá. A rivalidade é muito grande. Tem gente que xinga e critica e outras pessoas que entende. Mas escolhi o melhor para mim", afirmou o jovem.
Lá ele seguirá usando a camisa número 23 - em homenagem ao ídolo Michael Jordan. Mas na seleção está jogando com a camisa número 14 para homenagear o pai, o ex-jogador Paulão, que fez sucesso jogando por Franca.
"Sempre foi o número que ele usou e escolhi este. Foi por causa do meu pai que escolhi o basquete. Quando era pequeno eu já viajava com ele para todos os jogos. Quando tinha quatro anos, comecei a encher ele para me colocar numa escolinha. Nunca me vi fazendo outra coisa que não fosse jogar basquete", disse.
Até agora no Pan, Léo tem ido bem. Nas vitórias contra Porto Rico e Venezuela registrou médias de 23 minutos em quadra e 8,5 pontos. Seu próximo desafio e da seleção será contra os Estados Unidos, às 22h (de Brasília) desta quinta-feira.