Natação masculina vê recorde de Thiago Pereira e novos nomes no radar
Fabio Aleixo
Do UOL, em Toronto (CAN)
A equipe masculina de natação chegou a Toronto com um nome em evidência: Thiago Pereira. E sairá não apenas tendo o atleta como o maior medalhista de todas as edições dos Jogos Pan-Americanos (23 no total, a última conquistada neste sábado, no revezamento 4x100m medley), mas também com mais quatro nomes para serem mantidos no radar para os próximos anos: João de Lucca, Thiago Simon, Brandonn de Almeida e Henrique Rodrigues. Todos eles fizeram a estreia em Pans, com exceção de Rodrigues.
Falar da disputa nas piscinas passa obrigatoriamente por Thiago Pereira, vencedor de cinco medalhas em Toronto (embora nenhum ouro individual) e dono de um recorde que deve demorar muito tempo a ser superado.
Uma marca que começou a ser construída pelo atleta de 29 anos em 2003, em Santo Domingo, foi concretizada em Toronto e poderá ser ampliada ainda em Lima, em 2019.
"Infelizmente não ganhei o ouro, mas consegui meu grande objetivo que era alcançar esse recorde", disse ao UOL Esporte após a prova. "Sempre faço meus ciclos pensando de quatro em quatro anos e ele se encerra no Rio, em 2016. Tem muita coisa para acontecer. Não falo que vou estar nem que não vou estar em Lima", acrescentou.
"O Pan tem uma importância muito grande paro nosso país. Claro que não é como uma Olimpíada, muita gente compara e não tem comparação. A partir do momento que pegamos Olimpíada é mundo inteiro, e Pan só Américas. Mas como projeção e incentivo, tem muita gente no primeiro Pan e é uma oportunidade única. Lembro do meu primeiro Pan e foi maravilhoso. Então temos que aproveitar mesmo. Esses momentos são únicos", disse Thiago, que levou o ouro nos revezamentos 4x100m livre, 4x200m livre e 4x100 medley, prata nos 200m medley e o bronze nos 200m peito.
Se Thiago quebrou o recorde de medalhas e deixou Toronto com três ouros, João de Lucca, de 25 anos, não ficou para trás. Teve 100% de aproveitamento (200m livre, revezamentos 4x100m livre e 4x200m livre) e confirmou seu momento de ascensão.
Nos 200m livre, não só quebrou o recorde pan-americano como fez a nona melhor marca do ano, com 1m46s42.
Xará de Pereira, Thiago Simon comprovou sua evolução e quebrou o recorde pan-americano nos 200m peito. Em nível mundial, seu tempo ainda deixa a desejar. Os 2m09s82 o deixam apenas no 14º posto do ranking de 2014.
Já Brandonn de Almeida surpreendeu em sua primeira aparição nos Jogos. Caçula do time brasileiro na natação, com apenas 18 anos, ele ficou com o ouro nos 400m medley após a desclassiifcação de Thiago Pereira e quebrou o recorde mundial júnior com 4m20s59.
Brandonn ainda levou mais uma medalha, de bronze, nos 1.500m livre, com direito a novo recorde brasileiro da prova: 15m11s70.
"O Brasil conta com uma boa geração de jovens que está vindo buscar seu espaço e sei lidar muito bem com a expectativa que está sendo criada. E o que aconteceu aqui me motiva ainda mais para seguir treinando forte", disse o atleta do Corinthians.
Henrique Rodrigues, de 24 anos, participou de seu segundo Pan após ganhar ouro nos revezamentos 4x100m livre e 4x200m livre e o bronze nos 200m medley em Guadalajara. Em Toronto, ele subiu ao lugar mais alto do pódio nos 200m medley, deixando o especialista Thiago Pereira com a prata. Ele anotou o melhor tempo de sua vida na distância: 1min57s06.
No cômputo geral, a natação masculina do Brasil fecha o Pan de Toronto em segundo lugar, com 18 medalhas: nove de ouro, quatro de prata e cinco de bronze.
Há quatro anos, em Guadalajara, havia conquistado 17: dez de ouro, três de prata e quatro de bronze. O próximo grande desafio do time brasileiro antes da Olimpíada do Rio de Janeiro será o Mundial de Kazan, no qual as provas de natação tem início em 2 de agosto. Nesta competição terá o reforço de Cesar Cielo, que não viajou a Toronto para se poupar.