Esposa de Larissa tenta manter título em família no Pan
Fábio Aleixo
Do UOL, em Toronto (CAN)
Nas duas últimas edições do vôlei de praia dos Jogos Pan-Americanos, Larissa subiu ao degrau mais alto do pódio ao lado da ex-parceira Juliana. Agora atuando ao lado de Talita, ela não estará em Toronto pois dará prioridade ao Circuito Mundial, classificatório para a Olimpíada de 2016.
Mas, mesmo de longe, terá por quem torcer no Canadá. Isso porque a esposa Lili, com quem é casada desde 2013, tentará manter o título em família jogando junto com Carol. Elas começaram a caminhada por uma medalha nesta segunda-feira, contra a dupla amadora Lollete Rodriguez e Elia Machado, da Nicarágua. Jogo fácil, vencido por 2 a 0 (veja como foi). Foi a primeira vitória nos nove dias de competição.
"Estou muito feliz de poder participar do meu primeiro Pan, estou empolgadíssima com esta oportunidade que sempre busquei em minha carreira. Desde que saiu a convocação, eu e Carol nos preparamos muito para representar bem o Brasil e espero muito manter este título em família. Se Deus quiser, vamos conseguir isso", disse Lili, que tem 27 anos e mantém relacionamento sério com Larissa há mais de quatro.
"No último Pan que ela ganhou (em Guadalajara-2011), eu fiquei muito emocionada e também nervosa demais, sofri até o fim. E agora eu terei esta responsabilidade manter o Brasil no topo, ainda mais em um torneio no qual cada país só tem uma parceria", completou a capixaba.
Lili quer também aproveitar o Pan para se apresentar melhor ao público brasileiro, que a conhece muito mais pelo relacionamento com Larissa do que por feitos na quadra em quase dez anos de carreira nas areias. Uma carreira que inclui um título mundial sub 21 e o bronze no Campeonato Mundial de 2011, em Stare Jablonki (POL).
"Estou conquistando meu espaço e acho que venho conquistando coisas legais ao longo de minha carreira. Mas com certeza este Pan traz muita visibilidade não só da mídia, mas também dos torcedores", disse a jogadora.
Praticamente sem chances de se classificar para a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, Lili se foca na Olimpíada de 2020, em Tóquio, quando terá 32 anos. Depois disso, quer realizar o sonho de ter um filho com Larissa.
Elas já fizeram duas tentativas, sempre usando dos óvulos de Lili e a barriga de Larissa. Em ambas não tiveram sucesso, o que acabou sendo um fator decisivo para Larissa deixar a aposentadoria e retornar às quadras no ano passado.
"O bom é que temos duas barrigas, mas este sonho fica para depois de 2020. Agora quero ficar em minha carreira", disse Lili, que afirmou nunca ter sofrido preconceito por ser homossexual.
"Nunca senti preconceito. Na nossa frente, as pessoas sempre falaram bem da nossa relação. Na verdade, elogiaram muito a gente. Nossa família também sempre esteve ao nosso lado. Sempre deu muita tranquilidade", afirmou.