Pela décima vez seguida, Cuba conseguiu a medalha de ouro pan-americana. Mas, dessa vez, quase que teve de ser dividida com os rivais EUA. Isso porque o frágil estádio de beisebol montado na Cidade do Rock sofreu com ventos e chuvas e adiou em três dias sua programação.
Os norte-americanos propuseram "rachar" o ouro porque tinham viagem marcada para a sexta-feira 20 de julho e até o dia anterior não tinha acontecido a final. Os cubanos não aceitaram. A final aconteceu, os caribenhos venceram por 3 a 1, e os perdedores puderam embarcar no avião reservado.
Mesma sorte não teve a disputa do bronze, afinal, os mexicanos sugeriram dividir, e os nicaragüenses aceitaram prontamente - para o país centro-americano (o outro bronze veio no boxe) todo pódio é bem vindo.
Na primeira fase, a Nicarágua havia perdido do Brasil, mas conseguiu se classificar por uma combinações de resultados. Já os brasileiros ficaram na fase preliminar ao perder por 7 a 5 para os EUA, que levou universitários que se inscreveram pela Internet.
Mas o principal derrotado do beisebol pan-americano foi o estádio. O campo sem drenagem não resistiu nem a chuvas leves. A lama imperava nas instalações montadas no terreno pantanoso que já abrigou várias edições do tradicional Rock In Rio.
"Sou profissional, como arriscar meu joelho nessa lama? Porque não planejaram melhor?", se admirou o dominicano Gerônimo Berroa, que já jogou nas Grandes Ligas dos EUA, pelo Oakland.
Os problemas se repetiram na segunda semana de Pan, quando o softbol e as mulheres entraram na lama. Tanto é assim que os responsáveis pelos Jogos tiveram de admitir o erro em montar o campo de diamante em um antigo brejo.
"Foi um descaso", cravou o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr. "Essa foi uma falha difícil de explicar", criticou o presidente da Odepa (entidade responsável pelos Jogos). "Que Pan não tem seus problemas", teve de admitir Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e Co-Rio (comitê organizador do Pan de 2007).