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20/07/2007 - 12h45

Enterrada pode ser atração da seleção feminina no Pan

Giancarlo Giampietro
Enviado especial do UOL
No Rio de Janeiro

A enterrada é uma jogada pouco comum no basquete feminino. E a seleção brasileira pode apresentar essa novidade no Pan-Americano com a pivô Ísis, 24 anos e 2,02 m de altura. A estréia contra a Jamaica, nesta sexta, às 22 h na Arena Multiuso será a primeira oportunidade.

CBB/Divulgação
Ísis é projeto de Barbosa na seleção: resultado pode ser uma enterrada no Pan
AFIRMAÇÃO NO PAN?
Jogadora mais alta da equipe por nove centímetros em relação à segunda (Mamá, 1,93 m), Ísis possui mobilidade e capacidade atlética para subir com a bola direto para a cesta. Um lance que ela ensaiou nos treinamentos de preparação para o Pan. "Ela enterra fácil", afirma o técnico Antônio Carlos Barbosa.

A pivô goiana será reserva de Kelly no torneio e ainda disputará tempo de quadra com Mamá entre as que sairão do banco. Ainda assim, o treinador já tenta vislumbrar um momento de jogo que permita a enterrada para a jogadora.

"Vamos ver, até queremos que se crie uma situação de jogo para que ela faça isso. Tem de ver de acordo com o jogo", afirmou. "Não podemos queimá-la."

Apesar de não ser mais uma juvenil, a pivô ainda é um projeto. Mas um projeto que merece ser avaliado de perto. "Costumo falar que ela é um diamante", afirmou Barbosa.

Duas jogadoras norte-americanas conseguiram manchestes nos últimos anos devido à capacidade de concluir a enterrada. A primeira delas é a veterana pivô Lisa Leslie, um dos grandes nomes do basquete mundial, que começou a adotar a jogada na WNBA em 2002, pelo Los Angeles Sparkis.

Já a segunda é uma das grandes apostas daquele país - a ala-pivô Candace Parker, de 1,94 m. A atleta chegou a derrotar cinco homens em um torneio de enterradas quando estava concluindo o "high school". Virou sensação. Hoje ela já está na seleção norte-americana. Participou do Mundial em São Paulo no ano passado, em campanha por medalha de bronze. Cada contra-ataque que puxava gerava expectativa. Mas a enterrada não saiu.
MULHERES QUE ENTERRAM
Aos 15 anos, Ísis tinha 'apenas' 1,90 m e entrou na mira de um certo treinador chamado Bernardinho. Seu esporte, sim, era o vôlei. Dedicou-se por quatro anos a cortadas e bloqueios até que desistiu da vida de atleta.

Pouco depois, foi convencida a voltar às quadras, mas com a bola de basquete como alvo. O que resultou, obviamente, na falta de domínio completo de todos os fundamentos do jogo. O que já não é um problema.

"Tecnicamente ela já está pronta", afirma Barbosa. "Em 2005, quando à convoquei para a seleção, todos me chamaram de louco. Ela era reserva no Ourinhos. Mas vale o investimento. O tempo que ela passou conosco naquele ano - quatro meses - já foi bem proveitoso."

Na temporada passada, Ísis já mostrou evolução em Catanduva, onde, enfim, teve rodagem em quadra. "O mais importante para ela é jogar, é pegar as nuances", avaliou o treinador.