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18/07/2007 - 17h18

Sem o mesmo brilho do feminino, Brasil bate a Costa Rica

Bruno Doro
Enviado Especial do UOL
No Rio de Janeiro

Na tarde desta quarta-feira, a seleção masculina entrou em campo embalada pela goleada de 10 a 0 das meninas do Brasil sobre o Equador, horas antes no mesmo estádio olímpico João Havelange.

Folha Imagem
Maicon (à direita, com Lulinha) comemora gol na vitória do Brasil sobre a Costa Rica
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Os garotos, porém, não conseguiram igualar o feito feminino e venceram, sob protesto da torcida, a Costa Rica por "apenas" 2 a 0, pela segunda rodada do grupo A do Pan-Americano do Rio.

A história parecia a mesma. Elétrica, a seleção do Brasil abriu o placar aos 17 minutos, ampliou aos 23 e fez mais um aos 24. Cinco vira, dez acaba? Pena que o juiz da partida, o chileno Pablo Pozo, anulou o gol de Lulinha, impedido, e freou o ânimo da equipe.

Freou tanto que, mesmo vencendo, a seleção brasileira foi vaiada e a torcida ensaiou algumas vaias de protesto. Gritos de "queremos raça" e até mesmo Obina, ídolo flamenguista, foram ouvidos nas arquibancadas.

"Eu não achei uma partida ruim. Poderia ter sido melhor, mas eles jogaram bem. A Costa Rica tinha 3 jogadores sub-20 e nós ainda sentimos alguns problemas. O Lulinha mesmo sentiu cansaço do primeiro jogo", disse o técnico Lucho Nizzo.

A seleção brasileira masculina de futebol ouviu, pela primeira vez no Pan-Americano do Rio de Janeiro, gritos de protesto da torcida. Bem humorada, porém, a arquibancada apenas ensaiou gritos de "queremos raça", mas gritou a plenos pulmões "Obina é melhor que Etoo", grito da torcida flamenguista.

Os jogadores, todos abaixo de 17 anos, se divertiram com a comparação. Atacante titular, autor do segundo gol e jogador do Vasco, Alex preferiria uma outra comparação. "Pôxa, eu sou vascaíno, preferia que tivessem gritado Romário", disse, rindo.

Autor do primeiro gol, Maicon também deu muita risada sobre os gritos. "Ouvi os gritos sim", afirmou, também sorrindo. "Não posso fazer nada, né? Torcida é torcida. Se eles chamaram pelo Obina, deve ser um elogio. Ele é um grande jogador", completou o atacante do Fluminense.
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"Nosso time começou bem, mas no meio do primeiro tempo deixamos cair", disse o atacante Maicon, que jogou pela primeira vez no Pan do Rio. "Eu estava ansioso, já que não joguei na estréia, porque fui expulso no final do Sul-Americano. Mas sorte que o professor acreditou em mim e eu retribui com um gol".

O resultado manteve o Brasil como favorito à medalha de ouro, ainda mais depois da Argentina tropeçar pela segunda vez na competição, derrotada pela Jamaica.

O Brasil é líder do A, com seis pontos, mas ainda não garantiu vaga: apenas o melhor time de cada grupo, mais o melhor segundo colocado entre as três chaves, se classificam para as semifinais.

Até abrir o placar, a Costa Rica conseguiu equilibrar o jogo, principalmente apostando na velocidade do meia Diego Brenes e nas entradas mais duras. Lulinha, artilheiro da competição, por exemplo, teve de ser atendido antes dos 15 minutos de jogo.

O primeiro gol, porém, colocou a ordem natural na partida. Aos 17 minutos do primeiro tempo, Rafael cobrou falta fechada, a zaga da Costa Rica desviou e Maicon, que, com 1,82 de altura é mais alto do todo o time costa-riquenho, cabeceou para dentro.

Aos 23 veio o segundo, um golaço de Alex, que tabelou com Fellipe pelo meio e bateu de chapa, da entrada da área, no canto superior direito de Moreira. Um minuto depois, o lance que mudou o jogo: Lulinha recebeu livre dentro da área e bateu na saída do goleiro. Impedido. A partir daí, o Brasil só administrou até o final do primeiro tempo.

No segundo, as coisas não mudaram muito. Desinteressada, a seleção pouco atacou no segundo tempo. Quando o Brasil conseguiu sair do marasmo, ameaçou a zaga costa-riquenha. Aos 14 minutos, Rafael cobrou bom escanteio pela direita, o goleiro Moreira vacilou e saiu muito mal do gol. Na sobra, da marca do pênalti, Fellipe chutou para fora.

Pouco depois, aos 19, Choco, que tinha acabado de entrar no lugar de Júnior, desceu pela direita, driblou dois e tocou para trás. Alex bateu de chapa, com o pé esquerdo, e quase fez um gol parecido com o segundo da seleção.

Frustrada com as poucas chances perdidas e esperando mais gols, a torcida protestou. Até ensaiou um coro de "queremos raça", sem muita força, e "Obina é melhor que Etoo", esse mais encorpado.