Diogo Silva dá o primeiro ouro para o Brasil no Pan do Rio

Rio de Janeiro, 16 horas e 15 minutos. Até este momento, o Brasil ainda não tinha subido ao lugar mais alto do pódio nos Jogos Pan-Americanos do Rio. A história, porém, iria mudar, graças a Diogo Silva.

Com o ginásio de taekwondo do Riocentro quase lotado, o paulista de 25 anos se inspirou. Ao ouvir os torcedores batendo os pés no mesmo compasso, ele bateu o peruano Peter Lopez na final da categoria até 68 kg e conquistou seu primeiro título pan-americano.

O ouro estava engasgado na garganta dos brasileiros. Após dois dias de competição, os anfitriões eram um dos melhores países do Pan em números de medalhas, mas o primeiro lugar ainda não tinha vindo. No primeiro dia, favoritos como Poliana Okimoto e Márcio Wenceslau ficaram apenas com a prata.

Coube então ao jovem negro, de tranças dreadlocks, o privilégio de fazer a torcida ouvir, pela primeira vez após a abertura dos Jogos, o hino nacional ser tocado.

"Para mim, é uma conquista pessoal e profissional muito grande. Trabalho há muitos anos e estou sempre batendo na trave", comentou Diogo, referindo-se ao bronze de Santo Domingo-2003 e ao quarto lugar nas Olimpíadas de Atenas.

"Às vezes, pensava porque não passava da semifinal, e aquilo me causou uma ansiedade muito grande. No Mundial, fui muito mal e, depois dele, pensei que algumas coisas deveriam mudar, de dentro para fora, não de fora pra dentro", completou o lutador.

Apesar de favorito à medalha, ele estava em uma chave difícil. Afinal, o atual campeão mundial, o cubano Gessler Vieira estava em sua chave. O caribenho, porém, foi eliminado pelo dominicano Yacomo García, vencido por Diogo na semifinal.

Na semi, aliás, ele levou uma pancada na costela, que preocupou os torcedores. "Não aconteceu nada, mas com costela fraturada ou não, eu continuaria de pé, competindo. Pelo fato de estar lutando pelo nosso país e nosso povo, seria injusto fraquejar nesse momento. Seria a priemira medalha de ouro e, independentemente do que acontecesse, seguiria lutando".

Na final, a luta começou agitada, com o brasileiro no mesmo ritmo das arquibancadas, Diogo atacou e terminou o primeiro assalto em vantagem - Lopez foi ao córner com um ponto negativo. No segundo assalto, o brasileiro continuava melhor e fez dois pontos, abrindo três de vantagem.

No último assalto, ele precisou de cuidado. O peruano atacou bastante, tentando reverter a vantagem. Mas, sob os gritos da torcida, que cantava "Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor", Diogo segurou a luta, fez mais um ponto e conquistou o título.

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