UOL Esporte - Pan 2007
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05/07/2007 - 09h32

Dueto compete no Pan em busca de sonho olímpico

Claudia Andrade
Em São Paulo

A participação no Mundial de Melbourne, em março, foi fundamental para Caroline Hildebrandt e Lara Teixeira, que foram confirmadas como o dueto brasileiro para o Pan-Americano do Rio. Na Austrália, elas foram finalistas e terminaram em 12º lugar. Agora, terão a responsabilidade de defender os bronzes conquistados em Winnipeg-1999 e Santo Domingo-2003 pelas gêmeas Carolina e Isabela de Moraes.

Divulgação
Caroline e Lara querem se firmar como o dueto do Brasil e disputar Olimpíadas 2008
ATLETA EM QUARTO DE EMPREGADA
"Temos orgulho de sermos as sucessoras, mas, ao mesmo tempo, também queremos deixar nosso nome marcado e ganhar nosso espaço", diz Caroline. "A gente quer muito uma medalha no Pan."

Lara revela ambição ainda maior. "Estou tranqüila em relação a essa responsabilidade. Quando a gente começou tinha mais pressão, mas, em Melbourne, a gente conseguiu igualar a marca delas. Agora estamos treinando para melhorar o bronze do Pan. Estou confiante", afirma.

A apresentação no Rio será um investimento para as duas atletas, que pretendem se firmar e continuar formando o dueto do Brasil até as Olimpíadas. Como apenas oito vagas são disponibilizadas para equipes, o país participou das duas últimas edições dos Jogos Olímpicos (Sydney-2000 e Atenas-2004) apenas com o dueto, que tem 24 vagas em disputa.

"Depois do Pan, a gente vai ficar focada só nas Olimpíadas. Não é só ganhar a vaga; isso é mais fácil. Mas a gente não quer só ir, quer ter um resultado histórico, surpreendente, inédito", ressalta.

Carol e Isabela conseguiram um 12º lugar nas duas participações que fizeram nos Jogos Olímpicos. "Nós temos condições de passar o dueto da Holanda e o da Suíça", antecipa Caroline.

As holandesas Bianca e Sonja Van der Velden ficaram em décimo lugar no Mundial de Melbourne e as suíças Magdalena Brunner e Ariane Schneider terminaram em 11º, logo à frente das brasileiras.

Mudanças na classificação
Até os Jogos de Atenas-2004, o torneio Pré-Olímpico era a única seletiva para a competição. A regra mudou para Pequim-2008, sem favorecer o Brasil. Agora, torneios continentais garantem a classificação de África e Oceania, enquanto a China, sede das Olimpíadas, será a representante da Ásia. O Pan-Americano será a seletiva americana; a equipe e o dueto que levarem o ouro estarão nas Olimpíadas.

"Países muito bons vão ficar de fora enquanto Egito e Austrália, que não têm tradição nenhuma, vão pela vaga do continente", diz a supervisora técnica da seleção brasileira, Mônica Rosas.

"Ainda estamos tentando mudar as regras, quem sabe para 2012, para que sejam pelo menos duas vagas para a América e a Europa. Não que nós estejamos no nível do Canadá, mas isso é um incentivo muito maior. Queremos ter a regra para ter a chance de buscar uma vaga", acrescenta.

Devido às chances ínfimas de classificação da equipe para Pequim, a supervisora ainda não sabe se o Brasil vai participar do Pré-Olímpico. "Estou pensando muito se a equipe vai, porque o torneio será na China, e a passagem é muito cara. Às vezes prefiro fazer uma clínica forte, como a que foi feita em 2006, no Canadá, ou ir para a Europa, fazer um trabalho com as seleções que não foram classificadas e que estão no nosso nível", pondera.

"Também precisamos investir no dueto, porque queremos subir posições nas Olimpíadas e temos de dar atenção a isso", conclui.