Goleiro do polo acusado de agressão sexual diz que teve relação consensual

Bruno Doro e Brunno Carvalho

Do UOL, em Toronto (CAN) e em São Paulo

  • Satiro Sodre/SSPress

O goleiro da seleção brasileira de polo aquático Thye Mattos admitiu que manteve relação sexual com a garota que o acusa de agressão sexual. Segundo o atleta, porém, o sexo foi consentido. "Ele diz que a conheceu em um bar, foi até o apartamento da garota e os dois fizeram sexo. Ele diz que ela consentiu", disse, ao UOL Esporte, Marcos Maynard, diretor de polo aquático da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos.

Em conversa com Ricardo Cabral, coordenador de seleções, que está na Rússia, onde a seleção disputa o Mundial de Kazan a partir de segunda-feira (27), Maynard informou que o jogador está sendo amparado pela Confederação. Não existe definição sobre o que será feito com ele. "Ele está abalado e não se sabe se terá condições de jogo. Mas o caso ainda não passou pelo (técnico da equipe) Ratko Rudic, que é quem vai resolver a questão", completou.

A polícia de Toronto anunciou em entrevista coletiva nesta sexta-feira (24) que Thyê é acusado de abusar sexualmente de uma mulher de 22 anos, na manhã do dia 16 de julho, um dia depois da final do polo aquático dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Ele e a seleção deixaram o país no mesmo dia 16. O time fez aclimatação na Croácia e depois foi para a Rússia, para o Mundial.

"A vítima é uma mulher de 22 anos, residente da cidade de Toronto. O caso aconteceu na manhã do dia 16 de julho. Na ocasião, ele estava na casa da vítima, com um amigo e mais uma amiga da vítima. Ele teria entrado no quarto dela, e cometido o abuso ", afirmou Joanna Beaven-Desjardins, inspetora-chefe de crimes sexuais de Toronto.

Um mandado de prisão foi emitido contra o goleiro. Thyê, porém, já tinha deixado o país quando os policiais concluíram as investigações e decidiram por pedir a sua prisão. O brasileiro está em Kazan, na Rússia, para participar do Mundial de Desportos Aquáticos. Como a Rússia não tem um tratado de extradição com o Canadá, ele não será preso imediatamente. O Brasil também não tem acordo do gênero com os canadenses.

COB condena abuso

Em nota oficial, o Comitê Olímpico Brasileiro informou ser contra qualquer tipo de abuso e que espera que todos os fatos sejam esclarecidos pela polícia canadense e membros da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos. Veja a nota na íntegra:

O Comitê Olímpico do Brasil condena qualquer comportamento que envolva violência ou abuso. Recebemos a lamentável notícia através da imprensa local e desde então nosso desejo é que os fatos sejam completamente esclarecidos pela polícia de Toronto e pela CBDA, responsável pela equipe nacional de polo aquático, que está em Kazan na Rússia para o campeonato mundial da modalidade.

O COB exige de seus atletas um comportamento impecável, lembrando-lhes sempre que, quando viajam ao exterior, representam o seu país. Estamos à disposição das autoridades canadenses para colaborar na apuração do caso, dentro dos princípios que regem a acusação, que exige provas e ampla defesa. Continuaremos, mesmo depois do encerramento dos Jogos em Toronto, a trabalhar neste tema com a missão diplomática brasileira no Canadá.

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