Joanna "herda" bronze, quebra marca de 11 anos e é prata no revezamento

Fabio Aleixo

Do UOL, em Toronto (CAN)

Joanna Maranhão demorou quase 11 anos, mas finalmente conseguiu abaixar seu tempo nos 400m medley. O prêmio? Uma noite mais que especial. Na prova individual, "herdou" o bronze após o erro de uma canadense. No fim da noite, ainda participou do revezamento 4x200m livre ao lado de Manuella Lyrio, Jessica Cavalheiro e Larissa Martins, conquistando a prata com direito a recorde sul-americano. 

A medalha nos 400m medley veio com a desclassificação da canadense Emily Vanderholt, que havia vencido a disputa. A nadadora anfitriã errou na virada do costas para o peito. Erro parecido com o apontado pelo brasileiro Thiago Pereira, que perdeu o ouro na mesma prova. O pódio só coroou a prova de Joanna.

"Onze anos depois. É o quarto lugar mais feliz da minha vida. Estava dentro de mim faz muito tempo. Encarei os fantasmas de ser finalista olímpica. Fiz o melhor tempo da vida aos 28 anos de idade. Estou em êxtase. Se ganhasse a medalha seria perfeito", disse Joanna Maranhão ao Sportv, antes de saber da desclassificação e a conquista.

Joanna tinha como melhor tempo um 1min40s00 de 2004, tempo que marcou sua carreira nas Olimpíadas de Atenas, quando ela foi à final da prova. Desde então, ela tentou várias vezes diminuir a marca, sempre batendo na trave. Nos piores momentos, teve problemas psicológicos e chegou a abandonar a natação.

"Teme momentos que cheguei a desacreditar. Pensava que era um fardo que teria de carregar para sempre. Vocês não sabem a batalha psicológica que travei. 11 anos são muita coisa. Com este tempo poderia até ter sido última que estaria feliz", disse Joanna Maranhão ao UOL Esporte.

4x200m livre
A festa ficou completa no fim do dia com a disputa do revezamento. Mesmo contra uma forte equipe dos Estados Unidos, o Brasil conseguiu brigar pelo ouro até o fim, mantendo uma boa distância em relação ao Canadá. O tempo de 7min56s36, novo recorde sul-americano, foi um prêmio para as atletas. 

"Nadar abaixo de 8 minutos é muito bom. Quem sabe no Mundial a gente pode estar brigando por uma final", disse Manuella Lyrio ao Sportv. "É muito bom estar aqui com essas meninas. É uma honra estar com elas, elas trouxeram o revezamento para um outro nível", completou Joanna Maranhão. 

100m borboleta feminino
Daynara de Paula e Daiene Dias não foram bem na disputa e ficaram atrás das norte-americanas e canadenses, favoritas mesmo sendo mais novas que a brasileiras, que terminaram na quarta e quinta posições, respectivamente. Kelsi Worrell levou ouro, seguida por Noemie Thomas e Katerine Savard. 

100m borboleta masculino
O jovem Arthur Mendes, único representante brasileiro na prova, não foi bem, e fez um tempo pior do que o das eliminatórias. Nas entrevistas admitiu que o nervosismo o impediu de sequer brigar por uma medalha. 

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