A torcida brasileira do Pan ganhou, enfim, seu primeiro elogio. Depois de reclamações do atletismo, ginástica, judô, entre muitos outros, os torcedores dos saltos ornamentais tiveram uma postura exemplar na apresentação do trampolim de 3 metros nesta quinta-feira no Parque Aquático Maria Lenk.
Com palmas a todos os saltadores, sem exceção de nacionalidade, os torcedores só receberam uma ressalva do locutor: menos empolgação para os brasileiros, para não atrapalhar o saltador que vem antes ou depois, e precisa de concentração.
César Castro e Cassius Duran saíram orgulhosos. "Essa torcida foi muito educada. Em outros esportes, temos visto muitas vaias, um comportamento que não é aceitável em uma competição que reúne tantos atletas de altíssimo nível como aqui", comentou Duran.
"Os saltadores têm que competir em igualdade. Não podem ser prejudicados pelas vaias, porque não precisamos disso. Se um brasileiro for vencer, fará isso por méritos próprios, não pela arquibancada", ensinou Duran. "Mas pessoalmente, esses gritos me incentivaram demais, me encheram de energia."
Castro lembrou que a recepção da torcida no Brasil será lembrada pelos estrangeiros nas competições seguintes. "Sempre competimos no Canadá. Imagine chegar lá e ser vaiado? Nunca fui recebido com vaias. Espero que isso nunca aconteça", comentou Castro.
A boa postura compensou até mesmo a pouca quantidade de público no Parque Maria Lenk. "Tem pouca gente, mas o que tem compensa pelo vazio", disse Duran.