O primeiro jogo de futebol do Pan-Americano começou com chuva e frio. Nada disso, porém, abalou o ânimo dos torcedores que foram prestigiar o início do Rio 2007. "Moro aqui perto e não podia perder isso de jeito nenhum", conta o engenheiro Márcio Valério da Silva, que levou a filha Letícia para o estádio.
"É a primeira vez que estou em um estádio. Achei legal elas estarem jogando no campo molhado e ainda assim conseguirem fazer de tudo", conta a garotinha. Tão empolgados quanto Letícia estavam os cerca de 50 alunos do colégio público Presidente Dutra, em Ceropédica.
"Demoramos uma hora para chegar aqui. É nossa excursão de despedida, nesta semana entramos de férias. Estamos aqui pelo Pan e para torcer contra a Argentina", vibrou Jonathan Gomes, estudante do primeiro ano do ensino médio, de 15 anos. "Elas podem ser meninas, mas tem talento", completa.
Mais ambientado no estádio estava o argentino Vicente Brusca, que, ao lado da filha, eram os únicos argentinos da platéia. "Eu sou o pai da número cinco da Argentina, a melhor número cinco do meu país", explicava.
Hospedado em Copacabana, ele sofreu para chegar até o Miécimo, em Campo Grande. "Foram duas horas longuíssimas", conta. "Começamos pelo metrô, depois pelo trem e por último pegamos um táxi", completa.
Apesar do pouco público, com menos de 100 pessoas, até mesmo fora do Miécimo o jogo tinha platéia. Em uma das grades do complexo esportivo, um grupo de dez pessoas olhava pela o jogo pelas grades.